Na coluna do mês passado, falamos um pouco sobre o impacto na cadeia de custos de produção de suínos da chamada “agenda verde”, com o uso cada dia mais crescente de milho e soja para produção de biocombustível. Terminamos falando da nossa (cadeia da carne suína) capacidade e velocidade em se adaptar para sobreviver.
Falemos então, sobre a sustentabilidade econômica e a eficiência (re)produtiva. Nas últimas décadas no Brasil focamos essencialmente em um indicador, DESMAMADOS POR PORCA ANO (DPA). Indubitavelmente um indicador que reflete a eficiência reprodutiva do sistema de produção, não há discussão que a busca incessante para “ser o melhor” em DPA trouxe melhorias e ganhos de produtividade importantes para a suinocultura brasileira.
Entretanto, na nossa visão, a obsessão por “ser o melhor” em DPA, tem levado a negligência em alguns pontos que estão diretamente ligados com sustentabilidade econômica do negócio. Quantidade de leitões, necessariamente não é sinônimo de qualidade. Hoje por exemplo, poucos sistemas medem a quantidade de animais PADRÃO que são abatidos por porca por ano. O que é um animal PADRÃO? Chamamos de animal padrão, aquele animal que chega ao frigorifico dentro da faixa de peso ótima, que não sofre nenhum tipo de condenação ou desconto, que produz cortes e carcaça de valor agregado.
Acredito que pensando o futuro da suinocultura, pensando na sustentabilidade do negócio no longo prazo é chegada a hora de começarmos a olhar a cadeia de produção como um todo, pois no final, precisamos colocar no prato do consumidor uma carne 3S-B (Saudável, Saborosa, Sustentável e Barata).
Pedro Ivo de Quadros Filho
Diretor Executivo Bretanha Group