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Em dificuldades, Cooagri, de Dourados, deve definir seu futuro até o fim do mês

Na semana passada foi realizada uma assembléia de credores para tratar especificamente da negociação dos ativos da cooperativa.

Redação (16/01/2009)- A Cooperativa Agropecuária e Industrial (Cooagri), de Dourados (MS), deve realizar até o fim deste mês uma assembléia com seus associados para definir os passos que a impeçam de fechar as portas. Com dívidas de R$ 240 milhões, a cooperativa entrou em dificuldades em 2008 e tenta agora ser vendida ou arrendada. 

Na semana passada foi realizada uma assembléia de credores para tratar especificamente da negociação dos ativos da Cooagri. "O importante é que eles têm se mostrado receptivos à proposta de venda ou mesmo de arrendamento. O importante é que a cooperativa continue suas atividades. Se ela fechar as portas, ninguém sairá ganhando com isso", Wilson Vieira Loubet, advogado da Cooagri e sócio do escritório Pithan & Loubet Advocacia. 

A previsão, segundo ele, é que a assembléia seja agendada na próxima semana para que possa ser realizada na semana subseqüente. A Cooagri tem cerca de 4 mil associados, mas nem todos têm efetiva atuação, afirma Loubet. 

Embora, de acordo com o advogado, a receptividade à proposta de negociação ou arrendamento dos ativos da cooperativa tenha sido boa, ela não foi unânime, disse uma fonte ao Valor. "O problema é que querem renegociar as dívidas para pagamento em 17 anos, com desconto e sem reajuste. Nessa situação, não dá para julgar quem acredita que a liquidação da cooperativa seja uma boa saída", disse a fonte. 

Foram três as propostas efetivas feitas à cooperativa para que venda ou arrendamento. Ao menos duas delas foram a da gigante americana ADM e a da cooperativa paranaense C. Vale, segundo apurou o Valor. Não foram apresentados detalhes das propostas, mas nenhuma delas pode ser levada adiante sem a aprovação dos associados da Cooagri. 

Os problemas da cooperativa ocorreram de forma simultânea com os que se sucederam com as empresas Selecta e Agrenco, ambas também ligadas à cadeia de originação e armazenamento de grãos. Diferentemente destas, no entanto, a Cooagri não pode requisitar recuperação judicial por ser regida por lei específica das cooperativas, diz o advogado Wilson Loubet. Venda, arrendamento ou liquidação da sociedade. 

Criada em 1990, a cooperativa cresceu de forma acelerada em suas quase duas décadas de vida. Grande parte de suas dívidas era com bancos, que, no momento em que a oferta de crédito passou a escassear, passaram a exigir mais garantias reais. A Cooagri enfrenta processos de penhora de sacas de soja pelos credores e com a retirada da produção estocada em 18 armazéns localizados no sul de Mato Grosso do Sul.