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Empresas buscam milho no Paraguai diante de falta no mercado interno

Saca do milho está, em média, R$ 40; valor é o dobro do registrado em 2015.  Taxa de câmbio mais alta e crescimento de exportações influenciam o setor

Empresas buscam milho no Paraguai diante de falta no mercado interno

Anunciar tem sido a estratégia de uma empresa de Toledo, oeste do Paraná, para conseguir comprar milho. “A ideia é chamar atenção para conseguir um grande volume de milho. Isto pra não chegar em novembro e estar desesperando atrás de lote do grão e com falta”, comenta o gerente Wanderley Alves.

A demanda dele é de 250 toneladas de milho por dia. Mas, como tem sido difícil conseguir o produto na região, o jeito foi trazer do Paraguai. Quinze carretas atravessaram a fronteira para pegar 15 mil toneladas de milho. “Vai durar em torno de 90 dias e mesmo asssim nós estamos entrando em um período de safrinha, que vai ter uma oferta de milho interna. Ainda assim a gente acha que tem que se prevenir porque o milho deve voltar a dar um pico de novo de preço”, diz. 

Na cooperativa o grão também é essencial. É usado na produção de ração, por exemplo. E o estoque tem ficado baixo. “A gente não está conseguindo comprar, encontrar fácil no mercado. Ano passado, nessa época, tínhamos um estoque na empresa para uns 3 meses. Hoje nosso estoque é para, no máximo, 30 dias. Por aqui a colheita ainda não começou. Estamos muito preocupados”, comenta o agrônomo, Rubens Staub.

Por causa da falta de milho no mercado interno, o preço do produto praticamente dobrou em um ano. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), neste período do ano passado a saca de 60 kg do grão era vendida, em média, por R$ 20 Este ano é comercializada a partir de R$ 40. 

Para o analista de mercado, Camilo Motter, a situação existe principalmente por causa do crescimento das exportações dos últimos dois anos com a taxa de câmbio mais alta. “Os produtores, percebendo que havia bons negócios na exportação, não só exportaram grandes volumes, mas também comprometeram boa parte da produção deste ano, já com exportações antecipadas. Isto gerou uma escassez natural aqui dentro”, explica.