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ENTREVISTA

ENTREVISTA: Dos suínos para os humanos, xenotransplantes são esperança para quem precisa de órgãos

ENTREVISTA: Dos suínos para os humanos, xenotransplantes são esperança para quem precisa de órgãos

Em entrevista para a TV Agrimídia, o Coordenador Científico da Xenobrasil, Luciano Abreu Brito, PhD em Genética pela USP, compartilhou informações fundamentais sobre o xenotransplante, uma inovadora abordagem que envolve a transferência de órgãos de suínos para humanos.

Mas por que os suínos no xenotransplante?

De acordo com o especialista, os suínos são escolhidos como doadores em xenotransplantes por várias razões que envolvem características biológicas, fisiológicas e logísticas. Algumas dessas razões incluem:

Semelhança anatomia e tamanho: Os suínos têm órgãos e anatomia semelhantes aos humanos em termos de tamanho e estrutura. Isso facilita a adaptação dos órgãos suínos para atender às necessidades do receptor humano.

Domesticidade: Os suínos são animais domesticados, o que significa que são criados em ambientes controlados e podem ser gerenciados mais facilmente em comparação com animais selvagens. Isso é crucial para garantir a qualidade e a segurança dos órgãos para transplante.

Taxa de crescimento rápido: Os suínos têm uma taxa de crescimento rápida, o que permite a produção eficiente de órgãos em um curto período de tempo. Isso é importante para atender à crescente demanda por órgãos para transplante.

Edição genética: A capacidade de editar geneticamente os suínos permite modificar características específicas dos órgãos, tornando-os mais compatíveis com o sistema imunológico humano e reduzindo o risco de rejeição.

Disponibilidade: Os suínos são amplamente criados para a produção de carne, o que os torna uma fonte abundante de órgãos para transplante. Essa disponibilidade é crucial para atender à alta demanda por órgãos.

Ambiente livre de patógenos

Um ponto crucial no processo é a criação de suínos em um ambiente livre de patógenos específicos (SPF). Luciano ressaltou a importância de criar animais livres de ameaças de órgãos para o xenotransplante. Ele compartilhou que, no Brasil, estão sendo desenvolvidos bioteros nessa modalidade SPF, mas ainda não há criação assim no país.

Desafios culturais e aceitação social

Além dos desafios científicos, Luciano abordou questões culturais associadas ao xenotransplante. Ele mencionou que, assim como as pessoas inicialmente tinham receios sobre transplantes de órgãos humanos, agora surge uma nova questão com o uso de órgãos suínos. No entanto, ao pesquisar sobre a aceitação social e religiosa, Luciano afirmou que há uma boa aceitação na sociedade brasileira em geral.

Confira a live completa:

https://youtu.be/JKIDzh8Gk4o