Com a proximidade do fim do ano, o setor de proteína animal espera que as tradicionais festas de Natal e Ano-Novo impulsionem as vendas de carnes de aves e suínos.
A expectativa é que o consumo maior proporcione um alívio ao caixa das empresas após um ano marcado pela disparada de custos de produção em razão da alta dos preços do milho, principal insumo usado na ração animal.
O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, diz que a liberação do Auxílio Brasil – programa social anunciado pelo governo para substituição do Bolsa-Família – deve movimentar o mercado. Para as festas, a indústria investe na oferta de praticidade ao consumidor.
“Devemos ter uma grande variedade de cortes de aves já temperados”, afirma Santos. A Asgav projeta que o setor encerre 2021 com crescimento de até 3% na produção e nas exportações de frango, que devem chegar a 1,7 milhão de toneladas e 700 mil toneladas de produto, respectivamente, na comparação com o ano passado.
O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Estado (Acsurs), Valcir Folador, também aposta na injeção de dinheiro extra na economia que virá com o pagamento do 13º salário e do Auxílio Brasil. “As famílias em dificuldades econômicas vão investir em alimentação grande parte do que vão receber a mais”, prevê.
Segundo o executivo, o aumento de vendas ajudaria a compensar a desaceleração nas exportações de carne suína, que elevou a oferta do produto no mercado interno, reduzindo os preços.
Em outubro, o Brasil exportou 97,6 mil toneladas do produto, 11,9% a menos que em setembro, de acordo com o Cepea, da Esalq/USP.
Para o diretor de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luis Rua, o avanço da vacinação contra a Covid-19 no país e a retomada dos encontros familiares, que no ano passado foram cancelados devido à pandemia, terão um efeito positivo nas vendas de carnes de aves e suínos, “com as pessoas inclusive colocando mais esses produtos na churrasqueira (em lugar da carne bovina)”.
Segundo ele, a tendência de o brasileiro passar mais tempo em casa favoreceu o segmento. O consumo per capita de frango e suínos passou de, respectivamente, 42,8 quilos e 15 kg, antes da pandemia, para 46 quilos per capita de frango e cerca de 17 quilos de carne suína.