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Governo argentino anuncia medidas para setor rural após seca

Entre outras iniciativas, o governo dará créditos com taxas baixas para a compra de máquinas agrícolas.

Redação (14/01/2009)- O governo argentino lançou na quarta-feira um programa de créditos baratos e outros benefícios para os produtores rurais, mas as medidas foram consideradas insuficientes por um setor com problemas econômicos e em conflito com a presidente Cristina Fernández de Kirchner.

O setor rural argentino atravessa uma situação difícil devido a uma forte seca que já provocou grandes perdas na safra de grãos e na pecuária, além da queda nos preços das matérias-primas em relação aos recordes nos últimos meses.

"Estamos dando resposta a uma necessidade dos produtores", disse Cristina ao fazer os anúncios.

Entre outras iniciativas, o governo dará créditos com taxas baixas para a compra de máquinas agrícolas – uma indústria bastante prejudicada devido à queda na atividade – ligará os preços dos fertilizantes aos dos grãos e garantirá financiamento para as exportações.

Fernández também anunciou benefícios para os setores de leite e de gado das áreas prejudicadas pela seca.

Entretanto, não baixou os impostos sobre as exportações de grãos, uma medida exigida pelo setor agropecuário, especialmente após a queda dos preços nos mercados internacionais desde julho.

"Não vemos estes anúncios como positivos", disse Eduardo Buzzi, presidente da Federação Agrária Argentina, uma das quatro entidades rurais em conflito com o governo.

"A presidente deveria reconhecer que é preciso reacomodar o nível de impostos sobre as exportações", completou.

O setor agrário está em disputa com o governo desde 2008, quando houve uma iniciativa oficial para elevar o imposto sobre as exportações de soja, o principal cultivo do país.

Após meses de paralisações, bloqueios de estradas e manifestações que afundaram o governo em uma crise, o imposto não foi aprovado pelo Congresso, mas a relação entre a presidente e os produtores não melhorou desde então.

Cristina deu a entender na quarta-feira que os impostos sobre a soja não serão reduzidos, ao argumentar que os atuais valores internacionais, ainda que inferiores aos de seis meses atrás, são similares aos de épocas anteriores.

"Durante toda a gestão do presidente anterior (até o final de 2007) havia um preço mais baixo da soja do que o que existe hoje internacionalmente", disse.

A Argentina é um dos maiores fornecedores mundiais de soja, milho, trigo e carne bovina.