Inovações tecnológicas transformam a indústria de processamento de alimentos e entregam sustentabilidade ao processo
O avanço tecnológico vem revolucionando o setor de processamento de alimentos e as plantas industriais estão no centro dessa transformação. Com o foco na eficiência, produtividade e sustentabilidade, a tecnificação dos processos está impulsionando melhorias na produção, otimizando cortes e criando soluções sustentáveis, levando o processamento de suínos a um novo patamar.
A automação é uma resposta clara aos desafios enfrentados pelos frigoríficos, pois esses ambientes possuem características peculiares que exigem alta eficiência e rigorosa higiene em todas as etapas.
A implementação de um sistema automatizado entrega um ambiente controlado, com a temperatura adequada ao longo de todo processo, desde a pendura da carne até sua chegada ao armazém frigorificado ou câmara fria. Essa abordagem garante que o produto permaneça fresco por mais tempo, estendendo sua vida útil e atendendo às exigências dos consumidores, que cada vez mais demandam um rastreamento completo e preciso de cada item.
Outra vantagem de se empregar máquinas às linhas de produção é a segurança micrológica da carne. Tanto os processos primários, como os cortes, quanto os secundários, como o empacotamento, podem ser totalmente automatizados, o que o torna uma tendência crescente na indústria frigorífica, que busca rigor quando o assunto é segurança alimentar.
Buscando adaptar-se às novas exigências, as plantas industriais têm feito da automatização um dos seus pilares e as empresas que desenvolvem essas soluções investem para que possam atender à demanda.
Exemplo disso é a Marel, empresa que oferece equipamentos para indústrias de processamento de carne e que dispõe de uma série de soluções que se enquadram nessa demanda. Uma delas é o sistema de insensibilização de suínos, que se destaca pela promoção do bem-estar animal, reduzindo o estresse ao mínimo ou nulo. “Essa tecnologia tem um impacto significativo na qualidade da carne e na rápida recuperação do investimento”, informa Marcel Borsatti, gerente de vendas de meat da Marel.
Ele conta que os processos automáticos estão disponíveis em diversas etapas, como a oclusão do reto, abertura abdominal, desnuca, serra e retirada da banha em rama, proporcionando cortes precisos e baixos níveis de contaminação. “A Marel tem desenvolvido uma série de inovações nos últimos anos, sempre focada em levar automação para as indústrias”, conta.
Na carteira de soluções destacam-se ainda as depiladoras, desenvolvidas para suportar o peso das matrizes. “A escaldagem e a depilação estão no nível em que a depilação manual pode ser reduzida ao máximo. Utilizando água circulada, o equipamento foi projetado para facilitar a limpeza e conta com sistema de transporte dos pelos com baixa manutenção”.
Os chamuscadores para melhorar a mistura de gás/ar também se sobressaem. “A disposição dos bocais do queimador foi adaptada ao formato da carcaça, para garantir a máxima eficiência com o mínimo consumo de energia. Quando se economiza em queimadores, sempre há uma consequência, que pode ser observada nas superfícies que não foram alcançadas, dando um efeito branco/marrom”, explica.
Borsatti afirma que essas tecnologias já existem na Europa e têm sido difundidas nos últimos anos no mercado latino-americano. “Cortes lineares diminuem os níveis de refile e reduzem drasticamente o manuseio. Com essas automações, produtos que antes eram destinados a serem secundários passam a seguir como item principal, que, por sua vez, tem maior valor agregado. Empresas que apostam nessas tecnologias, principalmente no Brasil, estão expandindo seus negócios”.
As soluções do processo secundário contam com sistema de cortes recém-lançado que utiliza a experiência das inovações aplicadas no processo primário. “Trata-se da leitura inteligente da anatomia das peças e o posicionamento automático dos discos, para obter resultados peça a peça”, explica.