Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Exportação

Novos mercados para a carne suína brasileira

Brasil segue promovendo ajustes para atender às exigências sanitárias de importantes compradores de carne suína como o Japão e a Coreia do Sul. Para Abipecs, vendas podem ser concretizadas em 2010.

De olho nos mercados de Coreia do Sul, Japão e China, o Brasil espera ampliar a exportação de carne suína. Por enquanto, segundo Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), o momento é de preparação para atender às exigências sanitárias. O executivo acrescenta ainda que, caso haja acordo, o País poderá iniciar as comercializações no próximo ano.

“O Brasil caminha para se adequar às barreiras sanitárias impostas por esses mercados como, por exemplo, o ajuste de cortes da carne”, afirmou. O executivo disse também que as vendas devem ser concretizadas em 2010. “Demora alguns anos para conquistar uma parcela importante para a exportação”, explicou. Questionado pelo DCI em quanto as exportações brasileiras poderiam aumentar, Neto preferiu não dar estimativas. Mas assegurou que, no segundo semestre, o setor deve vender mais que no primeiro.

As embarcações suínas, em maio deste ano, apresentaram uma receita total de US$ 118 milhões, 15% superior à de igual período de 2009. O volume exportado foi de 46.028 toneladas, 11% inferior ao do último ano. A redução em volume é proveniente de um menor embarque para a Rússia, principal destino das vendas externas. Recentemente, os russos restringiram parte do envio de carnes de algumas empresas brasileiras ao seu país.

Para Rogério Kerber, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos (Sips), não há a possibilidade de o País negociar com os japoneses (tiveram problema com a febre aftosa). “É [uma negociação] inexistente, pois não há acordos sanitários entre as partes”, falou. Em 2008, Kerber lembra que houve uma missão japonesa de conhecimento do produto brasileiro: “Até então, não há prazo definido”. Irineu Wessler, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), acredita que a oportunidade de vender para os asiáticos abre a possibilidade de competir com os americanos. Wessler ressalta também o bom momento do mercado interno. “As compras internas estão boas e, por isso, a estratégia é se voltar ao interno, mas sem esquecer dos novos mercados”, disse. A média anual da produção nacional de carne suína é de 3,2 milhões de toneladas – dessa montante, 600 mil toneladas são exportadas. O Brasil consome 13 kg per capita – 4 kg de carne in natura e 9 kg de produto industrializado -, enquanto a Europa consome, em média, 45 kg per capita.

Recuo de 11% – Em maio, o volume de cortes embarcados apresentou um recuo de 11% se comparado ao mesmo período do último ano – um total de 46 mil toneladas. Losivânio de Lorenzi, vice-presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suíno (ACCS), atribui essa desaceleração ao preço da carne bovina. “A carne de boi teve melhor preço, o que causou retração no mercado de suínos”, afirmou. Hoje, o preço da carne suína em Santa Catarina está em torno de R$ 2,20 (kg), enquanto em São Paulo é de aproximadamente R$ 49,50 (arroba).

O Brasil embarca, conforme afirmou Wessler, 61% do volume para Rússia e Hong Kong. De acordo com o setor, a crise da União Europeia, em especial na Grécia, ainda não bateu à porta do Brasil. “A Europa não é uma grande compradora de suínos [do Brasil]. Também não houve nenhum corte nas vendas para fora”, falou Lorenzi, que crê em uma exportação de 700 mil toneladas em 2010, saldo superior ao do ano passado. Com os problemas de febre aftosa com os animais bovinos no Japão, alguns bois foram abatidos. A expectativa, segundo Lorenzi, é que Santa Catarina seja um dos polos a atender à demanda japonesa.