O aumento da população de porcos selvagens na América do Norte segue uma trajetória preocupante, com impacto direto sobre a agricultura, ecossistemas e saúde animal. Esses animais representam um risco significativo como vetor de doenças que afetam porcos comerciais e também causam danos extensos a plantações e ecossistemas nativos.
A caça de porcos selvagens, em vez de controlar a população, pode incentivá-los a migrar rapidamente para novas áreas e adotar comportamentos noturnos, dificultando o controle. Em algumas regiões, os indivíduos alimentam esses animais para atraí-los, facilitando a caça, o que pode contribuir para o aumento da população. Além disso, a prática de transporte de porcos entre estados para incentivo à caça esportiva continua a ocorrer em algumas áreas, agravando a situação.
Um estudo recente, conduzido pelo USDA National Wildlife Research Center e pela University of Saskatchewan, revelou que o movimento intencional de porcos selvagens por humanos contribuiu para a expansão dessas transferências nos últimos 30 anos. Utilizando um banco de dados genômicos com cerca de 19.000 amostras, os cientistas identificaram que 20% dos suínos amostrados foram movidos de forma deliberada, muitas vezes a distâncias superiores a 1.000 km de seus locais de origem.
No estado de Ohio, a Câmara dos Representantes aprovou o Projeto de Lei 503, que exige que quem abater um porco selvagem notifique o USDA Wildlife Services em até 24 horas. O projeto, que ainda aguarda aprovação no Senado, visa proibir a importação e caça de porcos selvagens no estado, além de reforçar a alimentação dos animais, práticas que aumentam os riscos de doenças, incluindo a peste suína africana.
Na Carolina do Sul, o USDA concluiu um projeto de três anos que removeu um total de 1.275 porcos selvagens de várias propriedades, com uma redução de 70% nas populações locais. Isso demonstra que programas de controle sistêmico podem ser eficazes na gestão dessas leis.