Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Perspectivas para 2009

Suinocultores do Paraná e de Minas Gerais fazem projeções e revelam lados positivo e negativo para este ano.

Redação (16/01/2009)- O presidente da APS, Irineu Wessler, acompanhado pelo vice-presidente João Batista Pazuch Manfio foram recebidos pelo vice-governador Orlando Pessuti na última terça-feira, dia 13 de janeiro, a quem levaram as preocupações do setor neste inicio de ano.

Inicialmente mostraram os números da suinocultura no Paraná, que emprega mais de 300 mil pessoas, gera e recolhe impostos e divisas. Fomenta a economia no estado, sendo o segundo maior produtor e exportador do País, bem como as perspectivas para 2009.

As preocupações dos dirigentes da APS se concentraram especificamente sobre os efeitos da lei estadual nº1668, de 25.10.2007, que suspendeu o deferimento de ICMS sobre os insumos utilizados na suinocultura e que permitia a cobrança de anuidade dos suinocultores, de fundamental importância para a manutenção das atividades da entidade.

Com a queda dessa obrigatoriedade, a Associação viu-se na contingência de admitir em seu quadro mais técnicos, destinados à prestação de outros serviços, com o objetivo de atrair para seu quadro de associados novos participantes, interessados principalmente em questões ambientais.

O pleito da Associação Paranaense de Suinocultores se relaciona à importância da colocação de um profissional dos quadros da Emater, em tempo integral, para prestar serviços à entidade, minimizando, com isso, seus custos administrativos.

"Todas as ocorrências têm dois lados: o lado negativo desta Lei foi que a Associação perdeu sua maior fonte de renda; o lado positivo é que isto nos obriga a trabalharmos com mais criatividade na busca de resultados junto aos nossos associados para atrai-los para a Associação", afirma Irineu Wessler. "E como a suinocultura paranaense recolhe grandes valores em impostos, é natural que o Estado dê uma contrapartida para o setor", conclui João Batista Manfio.

MG- Nos últimos 10 anos, a produção mundial de carnes cresceu a uma taxa média de 2,4% ao ano, impulsionada pelo processo de urbanização da população de países emergentes, especialmente a China. Por apresentar uma demanda menos elástica do que produtos menos essenciais, espera-se que o consumo de alimentos não acompanhe um movimento de desaceleração ou retração no PIB.

A suinocultura brasileira viveu em 2008 um ano incomum. Altos valores praticados em insumos, como milho e soja, que representam cerca de 70% da alimentação do animal, desaceleram o mercado que vinha se recuperando de uma grande crise iniciada com o embargo das exportações ocorridas em 2006.

Superado esse obstáculo das commodities, houve aumento de produção, preços e boa demanda. No entanto, nos últimos três meses, assim como todos os setores que movimentam a cadeia econômica mundial, a suinocultura brasileira se viu diante de grandes problemas ocasionados pela forte crise financeira mundial.

Em novembro, as exportações de carne suína foram afetadas pela crise internacional adicionada à tragédia em Santa Catarina, que prejudicou a capacidade do porto de Itajaí . O volume das exportações diminuiu e a suinocultura sofre o chamado “efeito dominó”, já que a oferta aumentou e jogou o valor de comercialização para baixo, o que obrigou o produtor a diminuir seu ritmo de investimentos retraindo assim toda a cadeia suinícola.

No terceiro trimestre de 2008 foram abatidos 7,33 milhões unidades de suínos, o que representa 4,8% de crescimento, com relação ao mesmo período de 2007. A produção de suínos chegou a cerca de 3,1 milhões de toneladas em 2008. No caso das exportações, o setor trabalha com estabilidade e perspectiva de abertura de mercados como Japão, China e Estados Unidos.

Apesar dos problemas enfrentados em 2008 o faturamento do setor alcançou cerca de US$ 1,6 bilhão, e as projeções para 2009 da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg) apontam crescimento de 2,3% em volume de produção (3,1 milhões de toneladas) e manutenção de 600 mil toneladas para vendas externas, além das perspectivas de crescimento interno, já que o consumo de carne vem demonstrando crescimento positivo e deve chegar a 15 Kg/per capita até o final do ano, o que representa um aumento considerável, já que em 2007 o consumo de carne suína por habitante era de 12 Kg, mas ainda é muito pouco frente a países como a Dinamarca, onde o consumo per capita chega a 67 kg.

A produção termina o ano com pouco mais de 3 milhões de toneladas. A atual conjuntura exige cautela do setor. As grandes empresas estão revendo seus investimentos para este ano, mas o câmbio deverá estar mais favorável às exportações e o preço de matérias-primas, como milho, deve ser menor em 2009.

Devido a todos os problemas vividos nos últimos meses, pode-se afirmar que a crise exige atenção, energia e planejamento. Mas os produtores e a indústria de carne suína do Brasil podem ter um 2009 vigoroso.