Redação (12/01/2009) – A renda agrícola prevista para 2009 é de R$ 152 bilhões, redução de 7% em relação à obtida no ano passado, já descontada a inflação. Esse indicador refere-se ao valor bruto da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas a partir dos levantamentos da produção divulgados nesta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na avaliação do coordenador-geral de Planejamento Estratégico, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Garcia Gasques, “apesar da queda relativamente acentuada da renda agrícola, o valor estimado para este ano situa-se entre os maiores valores já obtidos, inferior somente ao de 2008”.
Vários fatores têm sido apontados para a diminuição de renda. De acordo com Gasques, os mais relevantes são os preços mais baixos das commodities agrícolas, os efeitos do clima no Sul do país e a falta de recursos privados de tradings e da indústria de insumos para o financiamento agrícola.
Entre os 20 produtos utilizados para o cálculo da renda agrícola, 14 apresentam declínio, como o trigo (33,6%), milho primeira safra (26,7%), cebola (20%) e algodão herbáceo (14%). A queda na produção dessas lavouras e também no café, estimada em 16,2%, foi decisiva para um resultado menor da renda neste ano, observa o coordenador-geral.
Cálculo da renda – A renda agrícola refere-se ao Valor Bruto da Produção (VBP) de 20 lavouras e é obtida multiplicando a quantidade produzida pelo preço recebido pelos agricultores. A metodologia de cálculo da renda do café mudou em setembro. Os preços utilizados são do Cepea/Esalq/USP para o café Arábica tipo 6 e, no caso do Espírito Santo, foi utilizado o preço do café Conillon tipo 6, também do Cepea. Os demais preços continuam com a fonte da Fundação Getúlio Vargas (FGV).