O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, participou de reunião com dirigentes da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) e de seus institutos de pesquisa para tratar sobre os Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT). Durante a reunião, realizada na Sede do Instituto Agronômico (IAC), em Campinas, em 30 de agosto de 2016, o titular da Pasta estimulou a parceria das unidades de pesquisa do Estado com a iniciativa privada.
Logo na abertura da reunião, Arnaldo Jardim falou sobre a importância de se incorporar a cultura de inovação nos seis institutos de pesquisa agropecuária de São Paulo, e convidou os dirigentes das unidades para fazerem uso da autonomia que o NIT pode proporcionar. “Vou ser praticante da autonomia dos institutos. Estejam à altura desta responsabilidade. Estou convidando a todos para serem ousados”, disse. O secretário sugeriu que as unidades se apoiem nesta nova empreitada. “Vamos ter que dar forças a todos e ajustar o ritmo”, complementou.
Para o secretário, o principal desafio é incorporar a cultura de inovação do ponto de vista da dinâmica dos institutos e dos trabalhos dos pesquisadores. “Isso não significa fazer com que a pesquisa fique direcionada à produção. Pelo contrário. Significa fazer com que a pesquisa possa ter condições plenas de gerar apoio material institucional para se desenvolver”, afirmou.
O grupo de dirigentes definiu durante a reunião a realização de um novo evento, no dia 20 de setembro de 2016, que reunirá os atores da cadeia de produção da área de proteína animal. A ideia é ter um primeiro diálogo entre os institutos e o setor produtivo.
O diretor-geral do IAC, Sérgio Augusto Morais Carbonell, também vê este como o principal desafio dos institutos de pesquisa ligados à Apta para a formulação das ações práticas que serão exercidas pelos Núcleos e pelos próprios pesquisadores. “O grande desafio é transformar nossas instituições neste novo modelo de atuação. Para que a inovação aconteça, precisamos ter relacionamento com instituições públicas e a iniciativa privada. Isso forma um grande ambiente externo, mas precisamos de um ambiente interno também favorável”, explicou.
A principal estratégia para criar a cultura da inovação dentro dos institutos será a realização de reuniões e debates para discussão e esclarecimento sobre o assunto. A ideia é mostrar boas ações na área para estimular os pesquisadores.
Parceria com a Fundepag
Durante a reunião também foi discutida a parceria entre a Apta e a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag), que envolve a criação de um modelo de capacitação dos dirigentes e pesquisadores dos institutos, com o objetivo de mostrar como a inovação atuará com relação aos direitos dos pesquisadores, atitudes e tipos de inovação.
A Fundepag auxiliará os institutos no levantamento das demandas existentes do sistema Apta de pesquisa para inovação, as que existem e ainda não são exploradas e aquelas que poderiam existir com a formação de times de pesquisa.
“A Fundação também dará apoio na gestão da inovação por meio de um sistema. Acredito que a tendência é que tenhamos muito sucesso nos próximos anos na administração desses Núcleos. Colocamos ao secretário a necessidade de gestão dos institutos em um modelo mais razoável, que facilite a inovação e a sua transferência para as sociedades paulista e brasileira”, afirmou Antonio Álvaro Duarte de Oliveira, diretor-substituto do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital).
Núcleos de Inovação Tecnológica
Em junho de 2016, a Apta estabeleceu as normas para o funcionamento dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NITs) no âmbito dos institutos de pesquisa ligados à Agência. A Agência também estabeleceu a participação econômica dos pesquisadores envolvidos nos projetos de pesquisa de inovação, que passaram a ter direito a 1/3 dos ganhos econômicos obtidos com a tecnologia, em forma de royalty ou de qualquer outro tipo de remuneração.
“Uma das insígnias que temos buscado na Secretaria de Agricultura por determinação do governador Geraldo Alckmin é diminuir a distância entre a pesquisa e a produção e, por outro lado, é ter a pesquisa dinamizada. Isso leva ao grande desafio da inovação tecnológica. Os NITs são o caminho para que esse novo dinamismo possa ser conferido à pesquisa agropecuária e aos institutos”, afirmou o secretário.
Nos anos de 2014 e 2015, a iniciativa privada investiu cerca de R$ 109 milhões na Agência, o que representa, aproximadamente, 17% do orçamento no período. “Com o funcionamento dos NITs, a participação privada tende a aumentar, assim como os investimentos de agências de fomento estaduais e federais e organismos internacionais, nossa meta que é que o recurso privado represente 25% do orçamento da Apta até 2018”, afirma Orlando Melo de Castro, coordenador da Apta.
A regulamentação permite a parceria em projetos conjuntos com a utilização em comum de espaços de pesquisa e laboratórios e a participação com exclusividade do direito de uso de patente e propriedade intelectual. “Isso significa a inserção definitiva da ciência e tecnologia para o agronegócio paulista no ambiente de negócios tecnológicos, com a valorização dos resultados e apoio decisivo à inovação e agregação de valor”, explicou Castro.