Redação (07/04/2008)- O agronegócio brasileiro, um dos mais competitivos do mundo, virou atração turística para produtores europeus. Excursões programadas duram em média 15 dias. Os tours dão a oportunidade de conhecer os segredos da lavoura tupiniquim.
Um grupo de 33 agricultores alemães, por exemplo, foi conferir a produção em três estados. Conheceram o Porto de Paranaguá, por onde saem parte das mercadorias que vão para a Europa. Ainda no Paraná visitaram cooperativas de leite e foram a São Paulo ver de perto a produção de cana e látex.
Terminaram o roteiro em Mato Grosso, em fazendas de soja e algodão. Numa delas, em Campo Verde, a 220 km de Cuiabá (MT), eles se surpreenderam com a propriedade com 33 mil hectares, maior que as terras de todos os integrantes de excursão somadas.
Na fazenda, olhares curiosos para dezenas de tratores e colheitadeiras e para o gigantesco maquinário onde o algodão é beneficiado. Os turistas ficam pequenos diante da montanha de sementes que vão virar óleo combustível.
O agricultor Peter Rabe, que planta trigo e cevada, disse que não é só o tamanho das fazendas que impressiona. "Vi lugares assim na Austrália, mas com baixa produtividade. Aqui você tem um rendimento fantástico em áreas enormes", conta.
No papel de guias, os funcionários das fazendas procuram responder a quase todas as perguntas feitas pelos visitantes sobre os segredos da lavoura no Brasil. A idéia é contar o milagre sem revelar o nome do santo. Afinal, esse não é qualquer grupo de turistas. “A gente não chega a níveis de detalhar o que está fazendo, a gente fala de maneira genérica. Um ou outro questionamento mais específico a gente procura responder”, explica o gerente da fazenda, Amarildo Padilha.
O guia do grupo, Adnar Saegesser, disse que em visitas a sementeiras o cuidado é ainda maior. "Tem segredos de empresa que não se pode falar, mas o que é interessante para eles sempre é respondido”, conta.