Redação (14/04/2008)- Atualmente, a busca pelo equilíbrio entre sabor e saúde é um dos maiores desafios da indústria alimentícia. De acordo com a última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a mudança dos hábitos alimentares no país está reconfigurando as gôndolas dos mercados. Prova disso é que produtos tradicionais, como arroz, feijão, batata, pão e açúcar estão disputando cada vez mais espaço com outras fontes nutricionais, como os iogurtes, por exemplo.
Neste contexto, a carne suína está se destacando como uma nova opção de fonte vitamínica para os brasileiros. Proteína animal mais consumida no mundo, o suíno é a vedete dos países desenvolvidos, com população mais longeva e com melhor qualidade de vida. Cada austríaco, por exemplo, consome em média 73,1 kg por ano. Na Espanha, Alemanha e Dinamarca, o consumo per capta também fica acima dos 60 kg.
Segundo pesquisas da United States Department of Agriculture (USDA), depois do peixe, o suíno detém o menor teor de colesterol dentre todas as carnes. Pelo estudo, o pernil suíno cozido apresenta 79 mg/ 100g, enquanto outras carnes, como o filé mignon bovino também cozinho, contêm um teor de 84 mg/100g de colesterol. Na comparação de gordura saturada, o dado é ainda mais favorável à carne suína, de acordo com o Canadian Nutrition File (CNF): enquanto o lombo cozido contém um teor de 7,12 g/100g, o filé mignon bovino detém 10g / 100g.
Além disso, o produto suíno tem menos sódio e mais potássio que as outras carnes. Para se ter uma idéia, de acordo com a USDA, a relação Sódio/Potássio da carne suína é de 0.136, frente os 0.156 do filé mignon e 0.378 da coxa de frango com pele. Quanto menor esta relação, mais indicado é o produto para pessoas com hipertensão arterial.
As pesquisas apontam ainda grande quantidade de vitaminas, especialmente do complexo B, ideal para o metabolismo de gorduras, carboidratos e proteínas e para a liberação de energia dos alimentos. Além disso, possui minerais importantes, como cálcio e fósforo, e apresenta um ótimo nível protéico.
Apesar dos vários fatores favoráveis à carne suína, ainda impera no Brasil alguns mitos sobre ela. Hoje, o brasileiro consome, em média, 13 kg do produto (dado da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos – ABCS), em sua maior parte, embutidos, embora o país seja dono do quarto maior rebanho do mundo. O produto é o terceiro em volume de consumo no Brasil, atualmente.
Para mudar este quadro, a suinocultura brasileira tem promovido diversas ações e parcerias. A mais conhecida delas é a campanha “Um Novo Olhar Sobre a Carne Suína”, promovida pela ABCS em prol do aumento do consumo no mercado interno.
O objetivo da iniciativa é aumentar o hábito de consumo da carne suína oferecendo novos cortes in natura nas gôndolas dos supermercados, como o filé mingon, a picanha, entre outros. Além do fornecimento de novas opções de cortes, há também a realização de treinamento em equipes dos açougues em supermercados parceiros, como os que integram a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), que registrou aumento de 25% nas vendas de carne suína entre 2006 e 2007, graças a esta ação.
Mito da carne suína – Vista ainda por muitos brasileiros como nociva à saúde, o consumo da carne suína no País é prejudicado por mitos criados por conta de antigos métodos de produção. Hoje, criadores de todo o País investem em tecnologias de manejo, nutrição e sanidade para conferir à carne dos animais toda a qualidade que o mercado exige. Com estas práticas, no decorrer dos anos, o rebanho brasileiro conquistou avanços importantes no que diz respeito à genética dos animais, que passaram a apresentar consideráveis níveis protéicos.
Vitrine para o setor – Este cenário será um dos focos da AveSui América Latina 2008, programada entre 13 a 15 de maio, no Centro de Convenções CentroSul (Florianópolis/SC). Única feira da América Latina a envolver todos os elos da cadeia produtiva de suínos e também de aves (corte e postura), a feira terá, entre suas atrações, o Painel de Marketing da Carne Suína. Programado para o dia 14, o painel trará ao evento diretores e representantes de entidades e empresas parceiras da campanha para falarem sobre os resultados e as perspectivas para esta ação nos próximos anos.
Com o objetivo de fomentar o setor, a feira reunirá ainda 250 empresas (48 estrangeiras), dos setores de genética, nutrição animal, produtos veterinários, equipamentos para granjas, transporte, embalagens, soluções ambientais, equipamentos para plantas processadoras de carnes e ovos, além de diversos outros serviços e tecnologias voltadas às cadeias avícola e suinícola latino-americana.
Segundo os organizadores do evento, são esperados nesta edição mais de 20 mil visitantes – 10% deles, estrangeiros – em busca de novidades e lançamentos para o aprimoramento da produção. Entre as atrações, o VII Seminário Internacional de Aves e Suínos trará para a capital catarinense 61 especialistas do setor para a realização de painéis e cursos teóricos e práticos.
· Mais informações sobre a AveSui pelo telefone (11) 2118-3133, pelo e-mail [email protected] ou pelo site www.avesui.com.br.