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Aquecimento global

Especialista holandês comenta neste artigo as revelações de um estudo britânico sobre a participação da avicultura industrial no processo do aquecimento global. Os resultados são surpreendentes para a cadeia avícola.

Redação (26/02/2008)- A comunidade rural, especialmente os produtores de animais, não recebem muita simpatia dos moradores das cidades quando o assunto está relacionado às questões ambientais e de bem-estar animal. A maioria dos cidadãos urbanos ainda acredita que  a velha maneira de se produzir em pequena escala (ou no fundo do quintal) é melhor para a preservação do meio ambiente, para os animais e para os próprios produtores. Quão errados estes cidadãos podem estar e até que ponto eles podem ser iludidos por relatos infundados, propagados, muitas vezes, por Organizações Não Governamentais (ONGs) ligadas ao meio ambiente?

 

Pesquisadores da Universidade de Cranfield, localizada em Silsoe, na Inglaterra, divulgaram um estudo no ano passado sobre o impacto de várias commodities agrícolas para o aquecimento global. A conclusão do estudo é muito interessante e positiva para a avicultura industrial. Não que a avicultura seja isenta no processo do aquecimento global, mas entre todas as produções animais é a menos impactante e menos agressiva do que muitas produções orgânicas de frutas e vegetais.

 

Confinamento é melhor para o meio ambiente

Ainda de acordo com as conclusões do estudo, a produção avícola em confinamento apresentou participação no processo de aquecimento global menor que a produção free range (com as galinhas soltas) e a produção orgânica. Estes dois sistemas alternativos de produção avícola contribuem entre 10% e 30% mais para o aquecimento global do que o sistema de produção de ovos e carne de frango com as aves confinadas. Além disso, os pesquisadores apresentaram que os sistemas alternativos necessitam de 65% a 200% mais terras para manter as aves livres e produzir o seu alimento. Esta conclusão, no entanto, não deve rotular a produção orgânica como prejudicial ao meio ambiente.

 

O mais importante é que os pesquisadores de Cranfield claramente provaram que a moderna indústria avícola contribui bem menos para o processo de aquecimento global do que muitos ambientalistas e movimentos pró bem-estar animal gostariam que a população em geral acreditasse.

 

Este positivo resultado para a avicultura deve ser recebido pelo setor como um encorajamento para que a indústria avícola, cada vez mais, encontre soluções para ajudar a reduzir a liberação de CO2 e N2O em sua produção. O objetivo é fazer da avicultura a atividade agrícola com a menor emissão de gases e com a melhor produção de proteína animal do mundo.

 

 

por Wiebe van der Suis, agrônomo especialista avícola e jornalista holandês.