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Aves gripadas

Influenza aviária em avestruzes na África do Sul não prejudica negócios no Brasil.

Redação AI 16/08/2004 – 06h19 – A epidemia de influenza, mais conhecida como gripe aviária, que matou cerca de seis mil avestruzes nas últimas três semanas na África do Sul, não irá prejudicar o desenvolvimento da estrutiocultura (criação de avestruzes) no Brasil.  A afirmação é de Joel Wolff, diretor da Fazenda Pé Forte, maior criatório de avestruzes do País. “Além de o Brasil ser considerado área livre da doença, a importação das aves não é mais o único caminho para a criação, uma vez que já é possível a compra dos animais no mercado interno”, ressalta Wolff.

De fato, a estrutiocultura tem atraído cada vez mais investidores que procuram um negócio seguro, rentável, de fácil manejo e que exija pouco investimento. “Porém, por mais simples que seja este ramo, são necessários certos cuidados antes de iniciar uma criação, principalmente na compra das aves. Na aquisição dos animais, é necessário ter atenção quanto à procedência. As aves devem ter sempre origem conhecida, de preferência microchipadas, e com ficha de acompanhamento veterinário desde o nascimento”.

Segundo Wolff, acertando na compra correta e segura de animais dificilmente o criador irá se decepcionar com esse novo ramo de atividade. “O principal é ter em mãos um bom planejamento para não ter prejuízos”, diz Wolff, que trabalha há quatro anos com a estrutiocultura e conquista ótimos resultados no Brasil.

O projeto de avestruz da Fazenda Pé Forte, aliás, já tem quatro anos. Em 2000, a empresa importou 650 matrizes da Espanha e deu início ao empreendimento. Atualmente, a Pé Forte conta com plantel de 750 matrizes. As aves estão instaladas em uma fazenda de 74 alqueires e além da área para os animais, a propriedade conta com incubatório para 3.500 ovos.

Em junho, a empresa iniciou a exportação de 12 mil peças de couro de avestruz para Israel com o envio de 1.500 unidades iniciais. Até o final do ano, a Pé Forte projeta superar a barreira dos 12 mil filhotes, aumentando em 50% a produção recorde de 8 mil filhotes obtida em 2002.

“É uma atividade que pode trazer ótimos ganhos ao produtor e para o agronegócio brasileiro também. A gripe aviária na África do Sul pode servir de trampolim para o nosso produto brasileiro externo. Atualmente, o país africano é responsável por 70% das exportações de avestruzes e seus derivados, produzindo quase um milhão de toneladas de carne por ano. É a chance que temos de aumentar as exportações de carne e subprodutos do avestruz e ocupar um lugar melhor na lista de fornecedores mundiais. Temos de aproveitar o momento”, conclui Wolff.