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Avestruz de Santa Cruz do Sul (RS) poderá ganhar o Brasil

Três fiscais iniciaram ontem o acompanhamento no Frigorífico Gassen, em Linha Nova.

Redação (16/04/2008)- A carne de avestruz produzida em Santa Cruz do Sul em breve poderá ganhar o Brasil. Nesta semana, fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estão no município para vistoriar o frigorífico responsável pelo abate dos animais. Caso o estabelecimento seja aprovado na auditoria, será credenciado para comercialização em todo o País pelo Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-poa). Hoje a venda ocorre apenas dentro de Santa Cruz e não há nenhum abatedouro no Rio Grande do Sul que possa vender o produto para outros estados.

Três fiscais iniciaram ontem o acompanhamento no Frigorífico Gassen, em Linha Nova. Na primeira etapa, foram avaliadas as instalações, incluindo prédios e equipamentos, e condições sanitárias. Hoje pela manhã eles retornam ao local para verificar o processo de abate. Segundo o proprietário do frigorífico, Luis Fernando Gassen, atualmente são produzidas 12 toneladas de outras carnes a cada semana, incluindo bovina, suína e ovina. Com o licenciamento ampliado, a meta será aumentar a produção e o número de funcionários – atualmente são 22.

Já no caso do avestruz, só houve um abate até agora. Outro está programado para o próximo dia 29, com o carneamento de cerca de 30 animais. Gassen acredita que o mercado do produto ganhará um grande impulso a partir do credenciamento para outros estados. “As vendas com certeza vão aumentar. A aceitação aqui já é boa”, afirma.

Gassen está otimista quanto ao parecer da equipe de fiscais. De acordo com ele, não há um prazo estipulado para receber resposta sobre a licença, mas os representantes do Ministério da Agricultura já sinalizam para uma provável aprovação do frigorífico. “Saíram satisfeitos daqui. Inclusive comentaram que o Rio Grande do Sul deve ser um dos primeiros a receber credenciamento no novo sistema de inspeção (Sisbi)”.

ASSOCIAÇÃO

As avestruzes abatidas em Santa Cruz vêm da Associação de Criadores de Avestruzes (Acav). Com dez associados, a entidade reúne cerca de 500 animais, plantel que cresce a cada ano. Desse total, cerca de 200 estão prontas para abate, número que saltará para 400 em 2009. No berçário das aves, montado na Granja Santa Cruz, da Prefeitura, há cerca de 200 filhotes. Nos próximos meses a associação vai receber mais seis membros, todos vindos do Vale do Taquari.

A carne de avestruz tem 92% menos gordura do que as vermelhas, como a de gado, e 60% menos que as brancas, como o frango. A cada 100 gramas de carne de avestruz há, em média, 96 calorias, enquanto na bovina, por exemplo, o número sobe para 240.

Uma ave que, viva, pesa aproximadamente 100 quilos, produz entre 25 e 30 quilos de carne. O quilo está sendo vendido, em média, a R$ 25,00 dentro do Estado. Já o 1,5 metro quadrado de couro cru que sai do animal – suficiente para fazer, por exemplo, um par de botas e uma guaiaca –, vale pouco mais de US$ 100,00 no mercado externo.

Saiba mais
 
Os fiscais que estão em Santa Cruz do Sul verificam as condições do Frigorífico Gassen, responsável pelo abate dos avestruzes, para ser credenciado no Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-poa). Esse passo é considerado essencial para que a carne de avestruz produzida no Vale do Rio Pardo seja vendida em todo o País. Hoje os fiscais da Prefeitura têm autorização para liberar produtos de origem animal para venda apenas dentro do município. A intenção é, por meio do Serviço Unificado de Atenção à Saúde (Suasa), municipalizar a fiscalização, dando mais autonomia para os fiscais e abrindo novos mercados para frigoríficos e agroindústrias santa-cruzenses.