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Avicultores do Paraná decidem reduzir produção

A indústria avícola paranaense, líder da atividade no país, vai desacelerar a produção.

Redação AI (14/02/06) – O setor que conta com 21,72% de participação na produção nacional e segundo no ranking das exportações de frango de corte, com 27,63% das vendas em volume, está apresentando tendência de queda na produção desde o início deste ano. No mês de fevereiro a queda se acentuou, e a redução deverá ser entre 10% a 15% no total da produção paranaense. A média mensal da produção do Estado no ano passado foi de 84,69 milhões de cabeça/mês.

O ajuste foi necessário por causa da queda nas exportações de aves de corte, causado por uma retração do consumo internacional e também por dificuldades no escoamento da produção, afirma o presidente do Sindicato da Indústria Avícola do Paraná, Domingos Martins. “A sazonalidade desta época do ano, assim como problemas internos decorrentes da greve dos fiscais agropecuários acabaram desestabilizando a demanda e os embarques internacionais, o que tornou necessário a realização de um ajuste na produção”, explicou.

Para o presidente da Associação dos Abatedouros e Indústria Avícola do Paraná (Avipar), Alfredo Kaefer, a valorização do real frente ao dólar, e o excesso de tributação sobre a indústria brasileira têm contribuído para diminuir a competitividade da indústria brasileira como um todo. “Este movimento de retração na produção também está sendo seguido pelos principais estados produtores do País, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, o que mostra que existe a necessidade de reorganizar rapidamente nossa atividade”, afirma.

Na avaliação de Domingos Martins, a redução na produção é positiva porque vai garantir o equilíbrio no mercado interno. Para o presidente do Sindiavipar, este ajuste é fundamental para evitar o direcionamento da produção, antes destinada às exportações, para o mercado interno. “Essa situação certamente provocaria o desequilíbrio entre oferta e demanda, representando prejuízos para o setor”, avalia.

Martins destaca ainda que esse ajuste, aliado ao aumento do salário mínimo previsto para o mês de maio, devem impulsionar o crescimento do consumo per capita de frango de corte, que hoje está em 38 quilos. Esse resultado já reflete um avanço sobre o ano passado, quando o consumo era 34 quilos per capita. “O frango é hoje a melhor e mais barata proteína de origem animal, o que tem favorecido o aumento do consumo, por isso a importância da manter nosso produto com preços atraentes para todas as faixas sociais”, afirma.