Jerônimo conta que já trabalhou em lavoura e na pecuária, mas foi ao receber um convite para trabalhar como granjeiro que descobriu uma ocupação mais rentável e que causava menos preocupação. “Plantação é mais difícil, tem de ficar de olho no céu. A chuva ajuda no plantio e atrapalha na colheita, é danoso. Já o gado você tem de ir longe da sede, é mais cansativo”, compara.
Cuidar da granja rende dois salários mínimos mensais a Jerônimo, que vive com a mulher em uma casa distante apenas 10 metros dos galpões. “Nós dois fizemos até curso para trabalhar aqui. O importante é alimentar, limpar os reservatórios de água e deixar o galpão na temperatura certa, aquecido quando os pintinhos estão nos primeiros dias”, explica. Os três filhos do casal já estão todos casados, criados. O mais novo também trabalha no ramo da avicultura. “Há dez anos ele está na SuperFrango”, conta o pai.
Ranking
A situação de Jerônimo e de sua família é semelhante à de outros muitos granjeiros espalhados nas regiões em que a avicultura é conduzida como atividade empresarial em Goiás. O setor, que movimenta a economia das cidades onde existem empresas instaladas, vem crescendo consideravelmente. De acordo com dados da Fundação Apinco de Ciências e Tecnologia Agrícolas, de 2001 a 2008 o índice de alojamento de pintos de corte (indicador do volume de frangos criado nos Estados) se expandiu em 215%. Se continuar com a média de crescimento, Goiás está próximo de se tornar o quinto maior produtor de frangos do Brasil. Nesse caso, o Estado ultrapassaria Minas Gerais e mudaria o ranking dos cinco principais produtores brasileiros de frango, que se mantém inalterado há duas décadas, com a presença de Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
A razão do crescimento da avicultura goiana se explica por um conjunto de fatores. De acordo com Uacir Bernardes, presidente da Associação Goiana de Avicultura (AGA), o principal é a grande produção goiana de grãos, entre eles, o milho, responsável por cerca de 49% do custo de produção do setor. Outro atrativo é o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), do qual o Estado faz parte e que oferece financiamentos direcionados às atividades produtivas. Segundo Uacir, Goiás também possui uma malha viária de razoável para boa e facilidade em oferecer energia elétrica. “Em seis anos seremos o quarto maior Estado produtor de frangos do Brasil”, afirma o presidente da AGA.
