Da Redação 03/08/2005 – A Sadia Alimentos reportou um lucro líquido de R$ 245,126 milhões no primeiro semestre deste ano, 23,47% a mais que em igual período de 2004. No segundo trimestre, o lucro mais do que dobrou, alcançando R$ 144,6 milhões contra R$ 69,117 milhões. Ambos os resultados são recordes para o período, segundo o diretor de finanças, Luiz Murat.
A receita bruta da Sadia no semestre somou R$ 3,946 bilhões, 15,6% a mais que em igual período de 2004. Já no segundo trimestre, totalizou R$ 2 bilhões, alta de 15,2% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. Conforme Murat, o aumento de de 19% no volume vendido explica o resultado do semestre. Também contribuiu o “sucesso na política de hedge” para compensar a queda do dólar ante o real.
No mercado externo, os volumes alcançaram 484,3 mil toneladas, alta de 25%. Já no mercado interno, o avanço foi de 12,6%, para 389,9 mil toneladas. Murat destacou ainda o aumento de 30,6% nas exportações de industrializados. A Sadia conseguiu elevar os preços no mercado externo no semestre passado, mas a alta ainda não compensou a desvalorização do dólar. Enquanto o dólar teve queda de 15,5% no semestre, os preços das aves, por exemplo, subiram 4% na exportação.
Além disso, segundo Murat, a empresa está fazendo hedge financeiro com as receitas de exportação para se proteger da queda do dólar. Um dado mostra que a estratégia funcionou: o resultado antes das operações financeiras no semestre é 37% menor do que em igual período de 2004, informou..
O executivo observou que ainda há dificuldade para reajustar preços internos. No fim do segundo trimestre de 2004, o preço médio do mix de produtos estava em R$ 4,95 o quilo. Subiu para R$ 5,01 no fim de junho deste ano. Conforme Murat, a compra da Só Frango, em de dezembro de 2004, também teve impacto sobre o resultado.
No primeiro semestre, a margem bruta da empresa foi de 26,1%, bem abaixo dos 32,7% de igual período de 2004. Mas há uma recuperação, já que chegou a cair para 24,8% no quarto trimestre.
O EBTDA, porém, caiu para R$ 353,7 milhões no primeiro semestre ante R$ 518,7 milhões no mesmo período de 2004. Já a dívida cresceu, de R$ 341 milhões em junho de 2004 para R$ 644 milhões em junho deste ano em decorrência dos maiores investimentos no semestre, segundo Murat. Foram R$ 288 milhões contra R$ 246 milhões em todo o ano de 2004.