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Banco do Brasil prevê melhora da carteira de agronegócio em 2008

O BB demonstrou que o cenário para o agronegócio começou a mudar a partir do ano passado devido à alta demanda por alimentos no cenário mundial e o avanço dos preços das commodities.

Redação (09/05/2008)- A previsão do banco é que 2008 represente uma melhora na qualidade da carteira, que registrou o menor nível de inadimplência (atrasos de mais de 90 dias) dos últimos três anos. Segundo a instituição, o governo estuda medidas para facilitar a quitação das dívidas de produtores rurais em débito.

As operações de crédito rural vencidas há mais de 90 dias representavam 4% do total da carteira do BB em março de 2008. Este é o menor nível desde junho de 2005, quando os atrasos tinham chegado a 3,6%. As operações do BB no setor foram bastante afetadas nos últimos anos com os programas de renegociação de dívidas do setor, que passou de 2004 a 2006 por forte crise que derrubou safras.

Em reunião realizada ontem com analistas, o BB demonstrou que o cenário para o agronegócio começou a mudar a partir do ano passado devido à alta demanda por alimentos no cenário mundial e o avanço dos preços das commodities. Tais mudanças trarão conseqüências positivas para a carteira do banco, dizem executivos. Segundo o BB, os produtores de todos os estados brasileiros têm hoje condição de quitar suas dívidas, com exceção de Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Goiás, estado onde houve problemas de logística. "Houve aumento do risco da carteira desde 2004 por conta das renegociações, mas esse risco está caindo", afirma Luiz Braz Lage, diretor de crédito.

Em relação aos estados que não estão conseguindo pagar as dívidas (RS, MT e GO) e devem voltar a renegociá-las, José Carlos Vaz, diretor de agronegócio, antecipa que o governo estuda medidas para ajudar na quitação dos débitos. Entre elas está dar bônus para os produtores que liquidarem antecipadamente, estender o prazo de pagamento e reduzir taxas. Todo o ônus ficará com o Tesouro.

Do total de R$ 56,5 bilhões de crédito rural no BB, 28,8% possuem algum tipo de prorrogação (R$ 15,1 bilhões), enquanto 71,2% (R$ 37,4 bilhões), não o têm. "Faremos ações de mitigação de risco. Vamos incrementar o percentual de contratação de operações com seguro agrícola e Proagro [seguro agrícola governamental], dividiremos o risco da carteira por meio de convênios com fornecedores e vamos aumentar a utilização de hedge cambial e de preços", explica Braz Lage. Na Safra 2007/2008, 52% dos créditos tiveram seguro agrícola, enquanto na safra 2006/2007 o índice estava em 42%.

A carteira de agronegócio do Banco do Brasil registrou saldo de R$ 56,5 bilhões no primeiro trimestre do ano, alta de 8,8%.