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BB planeja participar do capital de empresas rurais

Maior financiador do setor rural no país,o Banco tem um terço de suas operações nessa área.

Redação (02/04/2008)- O Banco do Brasil prepara importantes alterações em sua atuação no setor rural e pretende participar do capital de empresas do agronegócio. A idéia é realizar operações de risco compartilhado com pessoas jurídicas, agentes financeiros e fundos de investimento. "Isso poderá ocorrer via crédito, fundos de private equity ou mesmo por meio da participação direta no capital de boas empresas analisadas pelo banco", disse ao Valor José Carlos Vaz, diretor de Agronegócio do BB .

Maior financiador do setor rural no país, com um terço de suas operações nessa área, o BB tem observado crescente interesse de grandes produtores em criar empresas, sobretudo em Mato Grosso, planejando futura abertura de capital, como forma de atrair recursos de fundos privados ou de investidores diretos. Do lado do investidor também há grande interesse no agronegócio. "Os investidores precisam de avaliação de riscos, estruturação e intermediação, e até participação nos riscos das operações", disse Vaz.

O Grupo Vanguarda, dono de 220 mil hectares e 180 mil cabeças de gado na região de Nova Mutum (MT), negocia com bancos de investimento a participação em seu capital. O Vanguarda faturou R$ 365 milhões em 2007. "É uma tendência natural dos bancos e dos produtores", observa o produtor Otaviano Pivetta. Outro grande produtor em Mato Grosso, o goiano Orcival Guimarães, dono de 32 mil hectares de soja, milho e algodão e 86 mil cabeças de gado na região de Lucas do Rio Verde e Sorriso, segue a mesma trilha. "Estamos testando uma empresa. Temos idéia de ter algo mais profissional para baixar o custo do dinheiro. Já tivemos conversas com Credit Suisse e UBS Pactual, mas ainda são preliminares", diz. 

Na nova estratégia do BB, estão ainda medidas como oferecer garantias parciais na emissão de Cédulas do Produto Rural (CPRs), usadas para levantar recursos de custeio das safras, ou de Certificados de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCAs), emitidos por cooperativas e agroindústrias. Nesses casos, o banco estuda fazer a análise de risco e consistência dos títulos, além de buscar potenciais investidores. "O compartilhamento de risco pode ser um caminho para o banco, que já corre riscos sozinho em sua carteira de crédito rural", diz o diretor José Carlos Vaz.