"No caso dos subsídios internos, o correto seria acabar. Mas na política se tem que lidar com realidades. Talvez acabar seja muito difícil, mas uma redução substancial é importante em relação ao que é permitido hoje", afirmou Amorim. Os subsídios internos são aqueles que os países ricos, na Europa, EUA e Japão, principalmente, oferecem a seus agricultores, fechando, dessa forma, seus mercados às importações. São, por isso, os mais difíceis de eliminar politicamente.
Além deles, há os subsídios à exportação, quando os países auxiliam seus produtores a vender produtos para fora, freqüentemente tirando outros mercados de países pobres. Esses devem acabar totalmente, segundo Amorim. O pragmatismo do brasileiro, conhecido por ser um negociador duro, é movido pela urgência de fechar logo um acordo.
Amorim reuniu-se com o diretor-geral da OMC, o francês Pascal Lamy, em Acra, e disse que é preciso concluir a Rodada neste ano, porque a nova administração norte-americana, que assumirá em janeiro, deverá levar um tempo para se inteirar do processo, atrasando-o ainda mais. A Rodada de Doha se arrasta há sete anos, e a questão agrícola se mantém como grande entrave. "Além de um certo momento em junho, será tarde demais. Estou realmente preocupado com isso", disse Amorim.