"Nós estamos otimistas. Estão surgindo grandes possibilidades de fazermos grandes acordos com a União Européia, já que nós temos o protocolo de parceria estratégica", disse Lula. Ele acrescentou que estas negociações são muito difíceis porque há muitos interesses envolvidos, mas ressaltou que o Brasil está "calejado" nesses assuntos e que já aprendeu que grandes acordos são demorados, pois existem questões delicadas que dependem de decisões de muita gente.
O presidente da Comissão Européia disse estar satisfeito em aprofundar relações com o Brasil. Ele ressaltou ainda que tanto ele quanto a União Européia (UE) têm grande confiança no Brasil. "O Brasil durante muito tempo foi apresentado como uma grande esperança, hoje ele é uma grande certeza", afirmou Durão Barroso.
O embargo da carne brasileira e a repatriação de brasileiros não estavam na pauta da reunião e segundo Lula a questão da imigração deve ser tratada diretamente com a Espanha e com seu presidente, José Luis Zapatero. "Já estamos tratando dessa questão da repatriação dos brasileiros, mas diretamente com a Espanha, pois é lá que está o problema", completou.
Com o objetivo de aprofundar o diálogo político entre o Brasil e a União Européia, os presidentes Lula e Durão Barroso discutiram o Plano de Ação da Parceria Estratégica entre os países, firmado em julho do ano passado, durante a 1ª cúpula em Lisboa, e questões das áreas de ciência e tecnologia, energia renováveis, meio ambiente e mudanças do clima, desenvolvimento sustentável e cooperação com países em desenvolvimento. Também foram abordados as negociações do Mercosul-UE e a situação da América do Sul.
Esta é a segunda visita do Presidente da Comissão Européia ao Brasil em menos de dois anos, o que reflete o fortalecimento das relações Brasil-UE. Estabelecidas em 1960, as relações com a UE têm crescido em relevância e abrangência e ganharam particular impulso com a instituição da Parceria Estratégica por ocasião da cúpula em Lisboa, em julho de 2007.