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Brasil e EUA discutem comércio bilateral de produtos agropecuários

A delegação norte-americana fez uma apresentação expondo os principais motivos para a alta dos preços dos alimentos no mercado mundial.

Redação (20/05/2008)- Duas importantes notícias marcaram o primeiro dia da 3ª Reunião do Comitê Consultivo Agrícola Brasil – Estados Unidos (EUA), realizada nesta segunda-feira (19), no auditório térreo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A reunião do comitê termina nesta terça-feira (20).

O subsecretário de Programas Agrícolas e Assuntos Internacionais dos EUA, Mark Keenum, anunciou que está para ser aprovado o reconhecimento de mais 20 municípios brasileiros como área livre da praga Anastrepha grandis (mosca das frutas). A outra boa notícia é o agendamento de uma missão técnica norte-americana a Santa Catarina, de 9 a 13 de junho, para avaliar as condições de produção de carne bovina e suína in natura.

O reconhecimento da ampliação da área livre da mosca das frutas incluirá sete municípios do Rio Grande do Norte e 13 do Ceará. Com isso, a área reconhecida passará dos atuais nove mil hectares para aproximadamente 15 mil. A decisão beneficiará milhares de produtores de melão e melancia na exportação para os Estados Unidos.

A visita técnica de inspetores norte-americanos ao estado de Santa Catarina é um sinal de que os EUA podem adotar o principio da regionalização no reconhecimento de áreas livres de febre aftosa. O estado catarinense é o único do País reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como zona livre de febre aftosa sem vacinação.

Biocombustíveis – Brasil e Estados Unidos são os maiores produtores de biocombustíveis do mundo. O Brasil usa a cana-de-açúcar, enquanto os norte-americanos têm o milho  matéria-prima para o etanol. Ambos não concordam com as acusações de que a produção de biocombustível seja uma das causas para a alta dos preços dos alimentos no mundo.

“Tanto o Brasil como os Estados Unidos têm argumentos para refutar as acusações de que existe competição entre a produção de alimentos e de biocombustíveis”, disse o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Mapa, Célio Porto.

Porto afirma que o Brasil conseguiu alcançar recordes sucessivos tanto na produção de etanol, quanto nas safras de grãos dos últimos anos. Keenum, por sua vez, diz que os EUA nunca produziram tanto milho. Em 2007, foram exportados mais que a média dos últimos dez anos.

A delegação norte-americana fez uma apresentação expondo os principais motivos para a alta dos preços dos alimentos no mercado mundial. Entre as principais causas, segundo Mark Keenum, está o aumento da renda das populações de países como China e Índia e a depreciação do dólar.

Os técnicos do Mapa mostraram como a produção de etanol do Brasil está concentrada em regiões distantes da Floresta Amazônica e como seria inviável a produção de cana de açúcar no bioma amazônico, por conta das questões climáticas. Atualmente, o Brasil usa apenas sete milhões de hectares para produzir cana-de-açúcar o que corresponde a 0,8% do território nacional.