Redação (24/03/2008)- A Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, o USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e o Ag-Canadá vão unir esforços na construção de um banco de dados sobre os recursos genéticos animais existentes nos três países. O analista da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Eduardo Cajueiro, embarcou para Fort Collins, nos EUA, onde está localizado o National Center for Genetic Resources Preservation, do USDA. Cajueiro permanecerá seis meses interagindo com analistas americanos e canadenses naquela instituição, que já vem colaborando com a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, no âmbito do Labex-EUA.
O software americano para gestão de seus recursos genéticos denomina-se GRIN – Germplasm Resources Information Network, é mantido e gerenciado pelo ARS/USDA (Agricultural Research Service), e congrega informações sobre recursos genéticos animais, vegetais e de microrganismos. O objetivo dessa nova parceria será o de desenvolver a segunda versão desse software para a gestão da informação dos recursos genéticos animais. No futuro, essa versão 2 do GRIN-Animal, poderá vir a ser utilizada não apenas por Brasil e Canadá, como pelos demais países do continente americano.
Por outro lado, o software que vem sendo desenvolvido pela Embrapa desde 1996 para gerenciar e manter o banco de dados que reúne informações sobre recursos genéticos vegetais,denomina-se Sibrargen (Sistema Brasileiro de Informação de Recursos Genéticos). Esse Sistema é centralizado e disponibilizado para acesso via Internet. Atualmente, como explica Cajueiro, a equipe de analistas da Unidade está trabalhando nos módulos de microrganismos do Sibrargen, sendo que o primeiro deles deverá estar pronto ainda no primeiro semestre deste ano. O software que será desenvolvido com a parceria americana e canadense para recursos genéticos animais, poderá ser adotado pela Embrapa como o módulo animal do Sibrargen.
Workshop vai colaborar na obtenção de informações no Brasil
O Workshop "Coleções biológicas para o agronegócio brasileiro – componente recursos genéticos animais", que será promovido pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, no período de 26 a 28 de março, será determinante para a obtenção e reunião de dados sobre recursos genéticos animais no Brasil. Segundo o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Samuel Paiva, "não existe hoje no país um banco de dados que conjugue as informações sobre as raças de animais domésticos naturalizados ou localmente adaptados. Os dados estão espalhados independentemente nos núcleos de conservação".
Esse Workshop vai contar com a participação de oito unidades de pesquisa da Embrapa (Recursos Genéticos e Biotecnologia; Pantanal; Amazônia Oriental; Cerrados; Meio-Norte; Pecuária Sul; Tabuleiros Costeiros e Caprinos), além de outras seis instituições: Epagri – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina; UDESC – Universidade do Estado de Santa Catarina; UEMA – Universidade Estadual do Maranhão; UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia; EBDA – Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola e UnB – Universidade de Brasília.
O workshop é uma ação resultante do projeto do CNPq "Coleções biológicas para o agronegócio brasileiro – componente recursos genéticos animais", liderado pelo pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Arthur Mariante, desde 2005.
Obtenção e padronização dos dados
Além de reunir os dados sobre recursos genéticos animais no Brasil, o objetivo da Embrapa, ao fazer a parceria com os EUA, é padronizar as informações e os descritores sobre as raças, com base no modelo americano.
"O ideal é conseguir uma integração entre o sistema brasileiro (Sibrargen) e o americano (GRIN) para possibilitar a criação de uma base de dados única para recursos genéticos animais no Brasil", afirma Paiva.
A partir da realização do evento, será possível reunir todos os dados obtidos pelos responsáveis por núcleos de conservação dessas raças no Brasil, bem como uma real estimativa do material armazenado em nitrogênio líquido, uma vez que os recursos financeiros captados por este projeto permitiram o envolvimento de um maior número de pesquisadores no enriquecimento do Banco Brasileiro de Recursos Genéticos Animais. As informações são da assessoria de imprensa da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.