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Brasil está consciente da sua importância na crise mundial de alimentos

Segundo Stephanes, o Brasil não tem a pretensão de se tornar o celeiro do mundo, mas temos terra, água, sol, condições geográficas, tecnologia, profissionais qualificados, além de estrutura.

Redação (13/06/2008)- O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, afirmou, nesta quinta-feira (12) que o Brasil está consciente e tem condições de colaborar para resolver a crise mundial de alimentos. “O Brasil não tem a pretensão de se tornar o celeiro do mundo, mas temos terra, água, sol, condições geográficas, tecnologia, profissionais qualificados, além de estrutura para aumentar a participação da produção, de forma significativa, no mercado internacional”, disse Stephanes.

As declarações foram feitas durante o encontro de ministros no último dia da 15ª Reunião Interamericana em Nível Ministerial sobre Saúde e Agricultura (RIMSA 15), no Rio de Janeiro. Representando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no evento, o ministro enfatizou a importância de outros países da América do Sul nesse contexto que também têm uma grande oportunidade de incentivar às suas safras agrícolas.

Ainda com relação à crise mundial de alimentos, o ministro mencionou que, no Brasil, o impacto é menor que em outros países pelo volume de produção capaz de abastecer o mercado interno de alimentos e a auto-suficiência energética.   

           Saúde animal – Stephanes informou que o Brasil exporta carne e outros produtos agrícolas para mais de 180 mercados com exigências crescentes. E completou: “cada vez mais os consumidores ditam os padrões e são mais exigentes para saber o que estão comendo. Por isso, temos que adotar todas as medidas sanitárias para atender esse mercado, acompanhar o animal do frigorífico à mesa”,  referindo-se ainda à importância da rastreabilidade.

Stephanes lembrou que, quando assumiu a pasta da Agricultura, colocou como prioridade a sanidade animal e comemorou o reconhecimento de 10 estados brasileiros e o Distrito Federal como livres de aftosa com vacinação, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Essas unidades da Federação se somaram a outros quatro estados que mantêm o status sanitário junto a OIE. 

“O Brasil tem uma parceria eficiente com Argentina e Paraguai e está disposto a colaborar com Equador, Venezuela e Bolívia para erradicar a aftosa em toda a América”. No caso brasileiro, 85% do território é livre da doença. O ministro afirmou que espera ver a parte das regiões Norte e Nordeste também reconhecida como livre da doença com vacinação, nos próximos três anos. 

Mais uma vez, o ministro se referiu à competição entre alimentos e biocombustíveis. “Essa competição existe, mas não no Brasil”. E acrescentou: “Os 3,5 milhões de hectares usados na produção de cana-de-açúcar para etanol representam pouco perto dos 200 milhões de hectares usados em pastagens. Toda a política para a cana será em área de pastagens subaproveitadas. Queremos investir e acelerar isso”. E afirmou que quer colocar toda a tecnologia para a produção de cana-de-açúcar e etanol à disposição de outras nações.

Eficiência – Stephanes falou ainda sobre a intenção do governo de estabelecer um programa para o melhor aproveitamento das áreas de pastagens. De acordo com o ministro da Agricultura, dos 200 milhões de hectares em uso para a pecuária no território nacional, 50 milhões têm baixa produtividade e em  50 milhões as áreas estão degradadas e praticamente abandonadas. “A idéia é ampliar a eficiência, recuperar a região já degradada e trabalhar com uma produção social e ambientalmente correta”, afirmou.

 Na ocasião, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão ressaltou a importância da união entre agricultura e saúde na notificação e nas respostas rápidas para zoonoses. Temporão mencionou que umas das estratégias neste sentido é o Centro de Respostas Rápidas, funcionando em nove estados do País.  A meta, segundo o ministro, é ter o sistema em todos os estados até 2011, em consonância com o que preconiza o Regulamento Sanitário Internacional da Organização Mundial da Saúde (OMS).