Nos próximos dez anos, o Brasil pode se tornar o maior player mundial de produtos agrícolas. A projeção, feita no 2º Congresso Brasileiro de Agronomia, em Gramado (RS), indica que a ambição depende de fatores como crescimento da produção de grãos, melhorias genéticas, uso de técnicas agrícolas mais sofisticadas, biotecnologia e dinheiro para aumentar a competitividade no campo.
De acordo com estimativas apresentadas por Zander Navarro, da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, em 2018, o Brasil poderia atender a aproximadamente 40% da demanda internacional por soja, 73,5% da de óleo de soja, 60% do mercado de carne bovina e 90% da de carne de frango.
Para o mesmo período, a projeção de crescimento da produção de grãos no País é de 28,7%, puxada pelo incremento de produtividade. Com isso, na safra 2017/2018, o Brasil chegaria muito perto de romper a barreira de 180 milhões de toneladas. Porém, Navarro ressaltou que o País enfrentará resistência.
“Resta saber se outros países irão permitir estes avanços”, disse.
O ex-ministro Roberto Rodrigues também participou do seminário, falando sobre perspectivas de mercado. Ele enfatizou que instituições multilaterais como OMC, ONU, FAO e G-20 estão enfraquecidas e que países trataram de criar barreiras protecionistas da economia.
“Ninguém dá bola para as organizações. O cenário global é perturbador”, concluiu.