Redação (14/04/2008)- Os produtores de carne suína querem ir à Organização Mundial do Comércio (OMC) para pôr fim ao embargo ao produto brasileiro. A Abipecs, entidade que representa o setor, solicitou ao Itamaraty, em carta enviada ao chanceler Celso Amorim, o início de consultas com a Coréia do Sul e o México, dentro do sistema de solução de contenciosos da OMC. Esses países não reconheceram ainda o Estado de Santa Catarina, maior produtor nacional de carne de porco, como área livre de febre aftosa sem vacinação, o que está impedindo o País de ganhar novos mercados para a carne.
Em maio de 2007, o Estado de Santa Catarina foi considerado área livre de febre aftosa sem vacinação pelo Comitê Internacional da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). O status, inédito para o País até então, permitiria a recuperação de mercados como a Rússia, afetados pelo embargo de 2005, quando ocorreu um surto de febre aftosa em estados vizinhos à Santa Catarina. O reconhecimento garantiria ainda a entrada em mercados importantes, como Japão e Estados Unidos.
””Já se passou quase um ano após o relatório da OIE e nada aconteceu, não conquistamos nenhum mercado novo””, lamenta Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). Segundo ele, as negociações avançaram lentamente com o Japão, que em dezembro do ano passado enviou veterinários para averiguar as condições sanitárias de fazendas em Santa Catarina.
A posição da Coréia do Sul, no entanto, é dura. ””Eles não reconhecem que uma região isolada do País possa ser livre da aftosa. Ou seja, como não tem confiança na carne do Brasil, não reconhecem uma região isoladamente””, diz Camargo Neto.
Segundo o Itamaraty, o pedido da Abipecs está sendo analisado, mas ainda há diálogo com a Coréia do Sul. Nos dias 14 e 15 de maio haverá uma reunião em Brasília com os representantes dos Ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores nos dois países.