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Brasil propõe ao Parlamento do Mercosul resolução em defesa dos biocombustíveis

Meta é provar que a crise nos alimentos não tem ligação com a produção do biocombustível.

Redação (29/04/2008) –A representação brasileira no Parlamento do Mercosul (Parlasul) propôs nessa segunda-feira (28-04), durante a 9ª Sessão do Parlasul, que seja aprovada uma resolução que demonstre que a causa do aumento dos preços de alimentos em todo o mundo não são os biocombustíveis.

“O verdadeiro problema para aumentar rapidamente a oferta de alimentos e superar essa crise e a fome no mundo é reduzir os subsídios dos países ricos, dos Estados Unidos e da União Européia, que são US$ 400 bilhões, e que prejudicam decisivamente a produção dos países pobres”, afirmou o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), presidente da representação brasileira, em entrevista à Agência Brasil.

Aos subsídios, Mercadante acrescenta o crescimento do consumo em países asiáticos, especialmente Índia e China, “que estão sofrendo um forte aumento de urbanização, de renda, no consumo de alimentos, e não têm capacidade agrícola para acompanhar essa tendência”. Outro fator, de acordo com o senador, é o aumento no preço do petróleo, que encarece o custo da produção de alimentos.

Em relação ao pedido do relator das Nações Unidas para o Direito à Alimentação, Jean Ziegler, de que fosse suspensa a produção de biocombustíveis, Mercadante diz que é inapropriado.

“Eu diria que a moratória que nós tínhamos que fazer são dos subsídios abusivos que a União Européia e os Estados Unidos, de US$ 400 bilhões, que impedem a competitividade, a produção, a agricultura de subsistência e familiar na África, na América Latina, nas regiões mais pobres do planeta”, disse.

“Nós produzimos etanol há mais de 30 anos e nunca tivemos problemas de preço de alimentos, pela produção brasileira, mesmo porque nós temos aumentado significativamente a produção”, concluiu.