Redação (26/05/2008)- A pressão de ONGs sobre as condições de produção da carne – que, em muitos casos, envolve polêmicas como o desmatamento da Amazônia e uso de trabalho escravo – está levando redes varejistas a investirem na chamada "carne sustentável", produzida em condições menos agressivas ao ambiente e com respeito às leis trabalhistas.
Redes como o Pão de Açúcar e o Carrefour estão treinando seus fornecedores para que passem a adotar normas socioambientais em seus sistemas de produção de carne. No caso do grupo Pão de Açúcar, a receita para chegar ao bife socialmente correto implicou no treinamento de fazendeiros, por meio de uma parceria entre o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Instituto Ethos, que consumiu recursos de US$ 74 mil. O programa teve início em 2005. Além de fomentar boas práticas nas fazendas, o programa teve foco no desenvolvimento da qualidade da carne, com rastreamento da produção.
O Carrefour informa que também adota, desde 1999, critérios de qualidade e responsabilidade social no contrato com os fornecedores. O programa da rede varejista, batizado de Garantia de Origem, prevê acompanhamento e auditorias nas fazendas. O contrato exige que as propriedades estejam à frente da legislação brasileira em itens como respeito às leis sanitárias, ambientais e trabalhista. Hoje, 40% da carne bovina comercializada pela rede tem o selo que identifica o programa. Além de carne, o programa engloba também peixes e hortifrúti.