Redação (09/04/2008)- Os altos preços das commodities agrícolas e a recuperação do agronegócio brasileiro estão influenciando positivamente a indústria de máquinas eR implementos. O setor apresenta crescimento significativo na produção e nas vendas. A produção de máquinas agrícolas cresceu 33% em um ano. O faturamento nas vendas foi ainda maior, de 43%. Os resultados do primeiro trimestre foram apresentados nesta terça-feira, dia 8, em São Paulo.
No primeiro trimestre de 2008 foram produzidas 19 mil máquinas agrícolas, contra 12 mil produzidas no mesmo período do ano passado, um crescimento de 56%. As vendas também aumentaram, passando de sete mil unidades nos três primeiros meses de 2007 para mais de 11 mil no mesmo período deste ano, uma alta de 54,6%.
De acordo com o vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Milton Rego, esses números refletem a retomada da capacidade de investimento do setor agropecuário.
O aumento da demanda não preocupa o setor, que tem capacidade para produzir mais de 100 mil máquinas por ano. O presidente da Anfavea, Jackson Schneider, garante que a indústria está preparada para oferecer tecnologia necessária para o aumento da produtividade e da eficiência no campo.
– O setor de máquinas contribui com equipamentos mais eficientes. Hoje o Brasil não deve nada para nenhum país no que diz respeito à lógica do processo de produtividade – afirma.
Em contrapartida, a previsão para as exportações não é tão otimista. A projeção divulgada pela Anfavea no início do ano mostrava uma exportação de US$ 13,5 bilhões, mas, até agora, o país vendeu ao exterior US$ 3,2 bilhões. Se o ritmo continuar lento, no final do ano o total exportado será 5% menor do que a expectativa da indústria.
– O Brasil está perdendo competitividade devido à apreciação do real. O Mercosul, que é mercado das fábricas do Brasil, também está com bom desempenho. Isso está diminuindo nossas exportações – justifica Rego.