Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Chile preocupa

Chilenos atrasam importação da carne suína de Santa Catarina.

Redação (14/04/2008)- As exportações brasileiras de carne suína no primeiro trimestre recuaram 6,3% em volume na comparação com igual período de 2007, para 111,120 mil toneladas, informou ontem a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). Em receita, no entanto, houve crescimento de 19,43% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, para US$ 262,692 milhões. O presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto, que se queixa do atraso da abertura do mercado chileno à carne suína brasileira, afirmou que o destaque do período foram as exportações para Hong Kong, o segundo maior cliente nacional.

Problemas sanitários na China têm aberto espaço para as vendas brasileiras àquele mercado, reiterou Camargo Neto. Entre os meses de janeiro e março, os embarques de carne suína para Hong Kong totalizaram 30.149 toneladas, um incremento de 51,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Em receita, o aumento foi de 118,50%, alcançando US$ 60,209 milhões. Enquanto os embarques a Hong Kong aumentam, as vendas para a Rússia, ainda o principal mercado para a carne suína brasileira, diminuíram 18,78% em relação ao intervalo entre janeiro e março de 2007, para 39.469 toneladas.

A receita com as vendas ao país no período subiu 4,33%, para US$ 113,358 milhões, conforme a Abipecs. De acordo com Camargo Neto, o que se afirma no mercado internacional de carne suína é que teria aumentado a oferta de produto dos Estados Unidos e do Canadá no mercado da Rússia, o que significa uma maior concorrência para o Brasil. Nesse cenário de poucos clientes para a carne suína brasileira, o presidente da Abipecs criticou o atraso do Chile em importar a carne suína de Santa Catarina. Segundo ele, "[a importação] de carne suína do Brasil já estava para sair", mas a suspensão das compras de frutas do Chile pelo governo brasileiro, após a detecção de um ácaro levou os chilenos a interromperem o processo. Duas missões do Chile já haviam sido enviadas ao Brasil, de acordo com o dirigente. "Se suínos não têm problema, tem que abrir.

O Chile está retaliando o Brasil", reclamou. Camargo Neto defendeu que a questão seja tratada "tecnicamente", sem vincular o tema frutas à questão da carne suína. Depois que o Estado de Santa Catarina obteve o certificado de livre de febre aftosa sem vacinação pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), no mês de maio do ano passado, "esperava-se o rápido reconhecimento pelo Chile", afirmou o presidente da Abipecs. Isso só aconteceu no mês de dezembro do ano passado, e a habilitação individual das fábricas ainda não aconteceu.