Redação (29/05/2008)- A China, a maior produtora e consumidora mundial de carne de porco, vai reduzir as tarifas de importação sobre a carne de porco congelada e o farelo de soja para reduzir os custos do item alimentação e atenuar a inflação, disse hoje o Ministério da Fazenda chinês.
O país vai reduzir as taxas incidentes sobre as importações de carne de porco congelada de 12% para 6% a partir de 1 de junho até 31 de dezembro. As tarifas sobre o farelo de soja serão diminuídas de 5% para 2%, disse o ministério em comunicado divulgado hoje em seu site. O órgão informou que não haverá mudanças para as taxas praticadas sobre a importação de óleo de soja e óleo de palma.
Os preços dos alimentos dispararam 22% em abril comparativamente ao mesmo mês do ano passado, puxados por um salto de 48% dos preços da carne. A inflação, a mais elevada entre as 10 maiores economias mundiais, representa uma ameaça à estabilidade social do país, que se prepara para hospedar os Jogos Olímpicos.
"O governo vinha planejando adotar essas mudanças tarifárias para desaquecer a inflação e atenuar as restrições de comércio exterior, disse Sun Rui, trader da Cofco Ltd.. "Os produtos contemplados são secundários, e isso sugere que o governo está indeciso quanto à rapidez com que autorizará a desoneração das importações de commodities mais relevantes".
O governo chinês também reduziu as tarifas sobre o azeite de oliva e o óleo de coco de 9 e 10%, respectivamente, para 5%. Segundo Sun Rui, esses produtos respondem por uma parcela "desprezível" da oferta chinesa de óleos vegetais.
A redução das tarifas sobre a carne de porco congelada não deverá aumentar as importações chinesas do produto no curto prazo a menos que os preços subam ainda mais, disse Hanover Li, diretor-executivo da Shanghai JC Intelligence Co., de Xangai. Atualmente os preços internos da carne de porco estão 20% mais baixos. "Uma queda da tarifa de importação de 6 pontos percentuais não será de grande ajuda", disse Li.