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Chuvas ajudam milho segunda safra

Porém, o fantasma das geadas para as lavouras do Paraná atormenta os produtores.

Redação (30/05/2008)- No que diz respeito à necessidade de chuvas, a segunda safra de milho do Brasil está se desenvolvendo bem e caminha para confirmar as melhores expectativas, após as precipitações desta semana nos principais produtores, o Paraná e o Mato Grosso, disseram fontes do setor produtivo e do governo.

Mas, o fantasma das geadas para as lavouras do Paraná, com os padrões climáticos neste ano apontando para uma maior probabilidade da ocorrência desse fenômeno no Brasil, atormenta os produtores de milho da segunda safra (safrinha), cuja produção é vista como garantia da formação de excedente exportável para o País.

O Paraná deve colher 6,47 milhões de toneladas de milho safrinha, segundo o Ministério da Agricultura, e o Mato Grosso, 6,46 milhões de toneladas – os dois Estados, se as previsões se confirmarem, devem responder por 70% da produção recorde nacional da segunda safra de milho, estimada em 18,2 milhões de toneladas.

"Foi ótimo, tivemos quantidades consideráveis de chuva nos dias 28 e 29. Podemos dizer que o ambiente de preocupação com o déficit hídrico foi amenizado. Mas, agora existe risco de perda por geada pela primeira vez no ano para o milho safrinha", disse a agrônoma da Secretaria de Agricultura do Paraná, Margorete Demarchi, por telefone.

Ela se referia às geadas com intensidades leve e moderada previstas para sábado, para a maior parte do Estado.

Segundo Margorete, as geadas esperadas para o final de semana deverão ocorrer em uma área maior do que as registradas no início do mês, podendo pegar até mesmo importantes regiões produtoras, como Campo Mourão, Toledo e Cascavel.

"A preocupação maior é com geadas, estamos com 90% da safra de milho safrinha ainda suscetível a geadas. É lógico que a geada não vai pegar toda a safra, mas é uma preocupação", acrescentou o gerente econômico da Organização das Cooperativas do Parana (Ocepar), Flávio Turra.

Sobre a necessidade hídrica para a confirmação da safra, Turra mostrou-se um pouco mais otimista do que a agrônoma.

"Quando se pensa em déficit hídrico, a situação já está melhor. Com essa chuva, aquele milho em fase de frutificação e até mesmo maturação, ele está salvo", disse.

Margorete, por outro lado, citou dados que apontam chuvas razoáveis em Londrina nesta semana, mas lembrou que as precipitações não foram tão intensas em Cascavel e Toledo, por exemplo, onde está 36% da safrinha do Estado.

Nas regiões de Toledo e Palotina, choveu pouco, apenas 5 a 10 milímetros nesta semana, após um período de mais de 20 dias sem precipitações.

"Se existir déficit hídrico na floração, é perda irreversível", destacou ela, observando que mais de 50% da lavoura do Estado está nessa fase.

Mato Grosso

Em Mato Grosso, onde o plantio foi feito tardiamente neste ano em função de um atraso na colheita de soja, a situação do milho segunda safra está tranquila, uma vez que não faltou chuva, o principal risco para a cultura.

"Ontem choveu bastante em alguns locais. Ainda é cedo para falar, mas é difícil dizer que não vai ser tão boa a safra", afirmou Maria Amélia Tirloni, analista do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola), ligado aos produtores.

Questinada se a expectativa de safra do ministério seria alcançada, ela afirmou: "Pode ser isso ou um pouco mais, mas é melhor esperar para sair do campo. O clima foi muito bom".

O Mato Grosso intensifica a colheita em junho, e o Paraná, em julho.