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Começa vistoria para habilitar fazendas para exportação à UE

A UE definiu que a lista seja entregue até 31 de janeiro, mas mesmo depois dessa data as auditorias seguirão sendo feitas.

Redação (11/01/2008)- O Ministério da Agricultura e os órgãos de defesa agropecuária estaduais iniciaram as vistorias das 6.846 propriedades ou ERAs (estabelecimentos rurais aprovados) localizadas dentro das regiões do país habilitadas para exportar carne bovina à União Européia. As auditorias resultarão numa lista com propriedades produtoras de gado bovino aprovadas para exportar à UE, conforme exigiu o bloco no fim do ano passado, depois que uma missão, que visitou o Brasil em novembro último, encontrou falhas no sistema de rastreabilidade do gado bovino. 

A UE definiu que a lista seja entregue até 31 de janeiro, mas mesmo depois dessa data as auditorias seguirão sendo feitas, segundo o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério, Inácio Kroetz. "Essa lista não fecha. Em fevereiro e março, as auditorias continuam", disse.

Segundo ele, uma primeira lista será entregue no prazo e depois disso esta poderá passar por modificações, com a inclusão ou exclusão de propriedades. 

Kroetz disse que Estados como o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde estão 600 e 40 das ERAs, respectivamente, informaram que devem conseguir auditar todas as propriedades dentro até 31 de janeiro. "Não estou tão preocupado com o número de propriedades que serão auditadas e sim com o que for auditado e não estiver em conformidade", afirmou Inácio Kroetz. 

De acordo com o secretário, há 40 ERAs a serem auditadas no Espírito Santo, 1.710 em Minas Gerais, 1.781 no Mato Grosso e 2.675 em Goiás. Kroetz admite que neste último Estado existe o temor de que não haja tempo hábil para fazer as auditorias, devido ao elevado número de propriedades. Mas as autoridades locais se comprometeram a fazer uma força-tarefa para terminar as vistorias dentro do prazo.

Além das auditorias para entrar na lista da UE, outro tema movimenta o mercado de boi gordo no país nos últimos dias: a entrada em vigor do novo Sisbov, com o conceito de ERAs, no qual todos os animais têm de ser rastreados a partir do período de desmama ou, no máximo, até os dez meses de idade. No sistema antigo, que expirou dia 31 de dezembro, animais rastreados podiam conviver com não-rastreados, isto é, era possível certificar lotes de animais. As propriedades cadastradas no novo Sisbov podem exportar para a UE até 31 de janeiro, quando entra em vigor a lista exigida pelo bloco. 

Apesar do fim do Sisbov antigo, há frigoríficos comprando animais que faziam parte daquele sistema e pagando preços diferenciados por eles, segundo pecuaristas e fontes do setor. "Isso é o retrato da confusão do Sisbov", comentou Fabiano Tito Rosa, analista da Scot Consultoria. 

Segundo ele, no Mato Grosso, por exemplo, há preços diferenciados para animais do novo Sisbov, do Sisbov antigo e para os não-rastreados. Frigoríficos pagam R$ 2,00 a mais por arroba de animais cadastrados no novo Sisbov, disse, porque há dificuldade de encontrar bois. Pelo animal do Sisbov antigo, pagam R$ 65,00 a arroba. E para os não-rastreados, o mesmo valor ou um pouco mais. 

Mesmo em São Paulo, que não pode exportar carne bovina para a UE (por causa da aftosa no Mato Grosso do Sul e Paraná no fim de 2005), os frigoríficos apresentam preços diferenciados para o boi, dependendo da situação do animal, disse um pecuarista. Esse produtor de São Paulo questiona para onde está sendo destinada a carne dos bovinos que faziam parte do antigo Sisbov e que estão sendo abatidos por frigoríficos exportadores.