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Commodities brasileiras têm valorização de até 87% no mercado

Os produtores de grãos já estão se preparando para um novo aumento nos custos de produção da safra 2008/2009.

Redação (05/06/2008)- Os preços de exportação das commodities agrícolas produzidas no Brasil tiveram um salto de até 87,1% – caso do óleo de soja – nos últimos 12 meses encerrados em maio, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Secex/Mdic). Com o baixo estoque mundial do grão, o desempenho do complexo soja foi o que mais beneficiou o exportador; grão e farelo tiveram alta de 59,9% e 66,2%, respectivamente.

O único desempenho negativo registrado no período ficou por conta do suco de laranja cujo preço caiu quase 50%. O último mês de maio também registrou para milho, café e algodão um aumento de 40,5%, 21,1% e 18,9%, respectivamente, ante mesmo período no ano passado.

Os produtores de grãos já estão se preparando para um novo aumento nos custos de produção da safra 2008/2009. Walter Horita, um dos maiores produtores de algodão do País, com 20 mil hectares, prevê que os custos com a cultura para a safra 2008/2009 alcancem os R$ 4 mil por hectare. Na safra que está começando a ser colhida, esse custo foi de R$ 3,5 mil. "Essa relação de custo e preço vai resultar numa migração. Estados onde o plantio de safrinha é grande o produtor vai deixar o algodão para plantar milho", disse. Horita produz milho e soja, destinando 6 mil hectares para cada cultura. Para elas o produtor também prevê aumento nos custos; de R$ 900 para R$ 1,3 mil no caso da soja e de R$ 1,5 mil para R$ 2,1 mil no milho.

No Brasil, o volume de fertilizantes comercializado por hectare mais que dobrou em 14 anos. Segundo o levantamento divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo se elevou de 69,44 quilos para 141,41 quilos. O cafeicultor Carlos Henrique Moreira Carvalho, que está à frente da Agropecuária Sapucaí, ressalta que além da alta dos fertilizantes o custo da mão-de-obra também deve penalizar o produtor. "Em Minas Gerais, a mão-de-obra chega a corresponder a 55% do custo de produção", afirma. Esse é um dos motivos que fez o empresário investir também na Bahia onde o custo com os trabalhadores equivale a 15%.