Redação (02/06/2008)- A Companhia Paranaense de Gás (Compagas) está desenvolvendo um projeto pioneiro para aproveitamento de biogás proveniente de dejetos animais. A primeira etapa deverá acontecer em parceria com a Associação Regional de Suinocultores (Assuinoeste), na região de Toledo, oeste do Paraná, onde há grande quantidade de biodigestores.
O gás resultante de biodigestores de suínos, gado e aves será usado para o funcionamento de motores. De acordo com o Diretor técnico-comercial da Compagas , Aloísio Xavier Lopes, a Companhia está levantando dados técnicos de produção como arranjo produtivo, quantidade de biodigestores e quantidade de produtores que estão produzindo o biogás. "Estamos interessados em participar na parte de pesquisa e desenvolvimento", disse.
Com a projeção para produzir cada vez mais biogás, o combustível poderá ser aproveitado não só para o consumo de motores na propriedade, mas também em veículos da prefeitura e, até mesmo, no transporte escolar. "Os produtores, por meio de suas associações, sabem como facilitar a exploração do biogás e ter maior ganho produtivo e ambiental. A Compagas pode ser parceira porque possui experiência em comercialização, produção e armazenamento de gás", afirmou Lopes.
Após a visita dos técnicos nas propriedades que já usam o biogás em motores de moagem de grãos e ração de animal, a equipe da Compagas verificou que os produtores da região estão dispostos em levar adiante o projeto. "A tendência é aumentar a produção de biogás. Nós, da Compagas , temos interesse em discutir com os produtores e instituições locais o uso do biogás. Porém, sempre voltado para projetos de desenvolvimento sustentável local", disse Aloísio Xavier Lopes.
REGIÃO – A área em torno da cidade de Toledo (um raio de 30 quilômetros) concentra 700 propriedades de suinocultura, 1.300 de gado leiteiro e 400 produtores de aves. Juntos eles usam 400 biodigestores. O município gera cerca de 150 mil m³ de gás por ano, entre a bovinocultura, suinocultura e avicultura. "Sabemos que 100% de todo o dejeto produzido vai para o solo. Se transformarmos isto em energia ou se descobrirmos uma forma de comprimir este gás, e colocá-lo em botijões, economizaremos muita energia", afirmou o assessor jurídico da Assuinoeste, Leoclides Bisognin.