Redação (25/03/2008)- Os fundos de investimento retornaram às compras e as commodities agrícolas voltaram a subir. E com força. A soja, após dois dias de limite de baixa na semana passada, obteve limite de alta ontem na Bolsa de Chicago, fechando em US$ 12,57 por bushel (27,2 quilos). Os limites são o máximo ou o mínimo que um produto pode variar (alta ou baixa) em apenas um dia no mercado futuro.
Embora os números de oferta e de demanda de produtos agrícolas apontem para pressão nos preços neste ano, a presença dos fundos de investimento é determinante para os soluços do mercado, como os ocorridos na semana passada, quando as commodities despencaram.
Com até 40% de participação nas negociações de alguns produtos agrícolas no mercado futuro, os fundos passaram a ser os novos determinantes de tendência.
Portanto, mesmo com os chamados "fundamentos de mercado" -demanda aquecida e estoques baixos- bastante definidos, os preços vão ser determinados pela entrada ou pela saída desses grandes investidores.
Tendências
Apesar dessa grande interferência dos fundos, a tendência do mercado não é de quedas acentuadas, acredita a maioria dos analistas.
O mercado estará de olho nos próximos dias na primeira prospectiva de plantio nos Estados Unidos, que deverá ser feita pelo Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) no início da próxima semana.
O mercado já arrisca alguns palpites sobre esses números, apontando queda de 7% na área de milho e alta de 12% na de soja. Entre a intenção de plantio e a colocação das sementes na terra, no entanto, o mercado ainda vai passar por fortes emoções. Os Estados Unidos têm um período próprio para plantio muito pequeno, e o clima não está adequado para o milho.
Ontem, foi um dia de altas em Chicago. Além da soja, houve reajustes de preços do farelo de soja (6,3%), óleo de soja (2,5%), trigo (3,3%) e milho (3,4%). Já em Nova York, açúcar (0,25%) e algodão (3%) subiram, enquanto cacau (1,48%), suco de laranja (0,7%) e café (1,6%) apresentaram quedas.