Redação (25/04/2008)- Isto é o que pensa Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).
O fenômeno da alta de preços – motivado pela maior demanda por grãos num momento de queda nos estoques – também tem efeitos nos custos de produção das carnes por aqui, mas o país, segundo Camargo Neto, ainda é mais competitivo nesse quesito se comparado a Estados Unidos e Europa.
"No momento em que se torna mais importador, é mais fácil para um país prestar atenção ao Brasil", diz. No cenário atual, afirma ele, "aumenta a competitividade relativa do Brasil". E acrescenta: "Existe um ambiente favorável desde que o Brasil aproveite". Por enquanto, porém, não há indicação de países que, pressionados pela alta de custos de produção, estejam mostrando mais disposição de comprar do Brasil. Mas o Japão, cobiçado pelos exportadores brasileiros de carne suína, já mostra preocupação com o fluxo das exportações de uma maneira geral.
Hoje, o país asiático compra carne suína dos EUA e da Europa e não adquire o produto brasileiro, pois não aceita o critério de regionalização para a febre aftosa, usado no Brasil e que é referendado pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE). Camargo Neto reconhece que ainda há muitas incertezas em relação ao cenário de preços dos alimentos. Atualmente, porém, a carne suína brasileira tem um preço 10% a 20% menor do que o produto europeu ou americano, de acordo com ele.
Fábio Meirelles, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e recém-reeleito presidente da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), reforça o coro favorável à liberalização do comércio e ataca os subsídios concedidos pelos países desenvolvidos, que distorceram o mercado nas últimas décadas.
Em Gana, discussões na 12ª Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) concluíram que os países em desenvolvimento precisam investir em infra-estrutura e agregar valor para avançar com a "agroinflação".