Redação (26/05/2008)- Ao longo de dez meses o crédito rural contratado pelos setores de agricultura empresarial e familiar somou R$ 58,77 bilhões. Este valor corresponde a 84% da programação de recursos previstos para o ano-safra 2007/2008. O período abrange os meses de julho de 2007 a abril de 2008. A expectativa do Departamento de Economia Agrícola (Deagri), da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é de que sejam aplicados integralmente os R$ 58 bilhões programados para a agricultura empresarial, até o fim desta safra.
Para o diretor do Deagri, Wilson Vaz de Araújo, houve aquecimento da contratação de crédito rural. “Depois de dois anos difíceis para a agricultura, que interferiram no desempenho do crédito rural, a aplicação deve superar o programado para o atual ano-safra”, avalia. Segundo ele, em março e abril foram registrados recordes históricos de contratação de crédito, com desembolsos de R$ 7,2 bilhões e R$ 6,5 bilhões, respectivamente.
No período de julho de 2007 a abril de 2008, foram liberados para o custeio e a comercialização da safra R$ 46,39 bilhões. Deste total, 70,5% foram contratados a juros controlados de 6,75% ao ano. O valor liberado para custeio e comercialização nesse período superou em 41,4% o aplicado na safra anterior (2006/2007).
A contratação de crédito rural para investimento, por sua vez, cresceu 29,6% entre julho de 2007 e abril de 2008 em relação à aplicação de R$ 5,48 bilhões no mesmo período daquela safra. A maior parte desses recursos foi liberada pelos programas de investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), que contratou R$ 3,03 bilhões até abril. Também foram significativas as aplicações dos Fundos Constitucionais (do Centro-Oeste, do Norte e do Nordeste), que atingiram R$ 2,26 bilhões.
Wilson Araújo atribui o crescimento da contratação do crédito rural à expectativa dos produtores rurais diante da alta das commodities e do crescimento da demanda de produtos agropecuários na conjuntura internacional. O cenário é avaliado como positivo para o setor, mesmo com a elevação dos custos de produção em decorrência, sobretudo, do aumento dos preços de insumos agrícolas, nesses últimos meses. “O crescimento reflete a retomada de investimentos adiados e a aposta para médio e longo prazos”, afirma.