Redação AI (12/01/06) – O plano de controle sanitário para a avicultura, que está sendo elaborado pelo Ministério da Agricultura, deve tornar obrigatório o cadastramento das criações de aves por meio do georreferenciamento (posição geográfica determinada por satélite). O coordenador de Sanidade Avícola do ministério, Marcelo Mota, disse que a medida valerá para os grandes criadores e para as pequenas criações localizadas a até 10 quilômetros desses estabelecimentos.
” A gente estabeleceu um perímetro de 10 quilômetros ao redor dessas
criações industriais, onde essas criações que são chamadas de fundo de quintal ou de aves ornamentais também teriam que ser incluídas nesse levantamento por georreferenciamento”, informou Mota em entrevista à Agência Brasil. As áreas que abrigam aves migratórias também terão que ser identificadas por georreferenciamento.
O plano será discutido hoje em reunião no Ministério da Agricultura. De
acordo com Mota, o objetivo é chegar a um consenso com o setor avícola para que a proposta não sofra muitas mudanças durante os 60 dias em que o plano passará por consulta pública. O texto não traz a previsão dos recursos necessários para a execução das novas normas. Mas, segundo Mota, uma proposta orçamentária já encaminhada ao Ministério do Planejamento prevê R$ 75 milhões para o plano sanitário específico para a avicultura. Esse plano inclui também a estruturação do serviço de sanidade avícola.
O coordenador explicou que o cadastro por georreferenciamento facilitará o
mapeamento dos criatórios de aves para a realização de teste sorológico, também previsto no plano, para identificar a gripe aviária e a doença de Newcastle.
Outra vantagem, de acordo com Mota, é que esse cadastro também agilizará a adoção de medidas sanitárias de emergência casos essas doenças sejam identificadas no país.
“Após localizar qual é a propriedade suspeita de foco, a gente pode
localizar rapidamente quais seriam aquelas que teriam maior possibilidade de estar desenvolvendo ou de estar disseminando a doença rapidamente num raio de 5, 10, 20 quilômetros”, explicou.
Segundo Mota, esse levantamento por georreferenciamento já vem sendo feito informalmente nas grandes criações desde 2004. “Os estados principalmente do Sul e do Sudeste, onde a atividade é mais forte, a própria indústria avícola já entregou esses dados aos serviços de defesa sanitária dos estados”, contou. Em outros estados, Mota disse que o levantamento também já foi feito, mas que falta os dados serem passados para meio eletrônico.
Para as pequenas criações, o coordenador explicou que o trabalho caberá aos serviços estaduais de defesa sanitária animal. “A gente vai contar, num
primeiro momento, com o auxílio do próprio setor privado para indicar onde tem criações de fundo de quintal, criações de aves ornamentais, sítios de invernadas de aves migratórias próximos a essas criações industriais”, informou.