Redação (16/06/2008)- Suinocultor desde 1986, Eliseu Balestrin já acumula resultados positivos com o novo sistema de produção de animais implantado recentemente e de forma pioneira no Brasil, pela Coperio. Novas técnicas de manejo que garantem um tempo maior de amamentação aos leitões e, a supressão de um período denominado de ‘creche’ são as grandes mudanças do Wean To Finish Coperio (WFC), o moderno método de produção de suínos através do qual a cooperativa está provocando uma positiva mudança na atividade.
Por mais de duas décadas Eliseu executou os mesmos procedimentos como Iniciador. Aos 21 dias os leitões eram desmamados e permaneciam alojados na creche por mais 40 dias. Só então seguiam para a terminação em outra propriedade. Agora, são desmamados aos 28 dias e seguem diretamente para a segunda fase, a terminação.
O gerente de Suinocultura da Coperio Fabiano Celso salienta que este acréscimo de sete dias em que os animais permanecem em contato com a mãe e são alimentados por ela, têm apresentado resultados excelentes em sanidade e produtividade. Para Balestrin, o WFC provocou uma redução nos custos de produção e um incremento na renda final. “Hoje, gasto menos com ração, remédios e mão-de-obra. O ciclo encurtou e assim entrego o lote mais cedo. Para quem faz contas, este sistema é vantajoso”, afirma o produtor.
Se para o Iniciador o novo método apresenta vantagens, para o Terminador elas são ainda mais evidentes. A uniformidade de peso e sanidade com que os animais chegam para a terminação é apontada como a principal mudança provocada na fase final pelo produtor Gilmar Luiz Picolli, também de Água Doce. Ele relata que antes encontrava muita dificuldade para equacionar as diferenças entre um lote e outro. “Acompanhando eu mesmo este início do período de adaptação, em que os animais são desmamados e passam a receber ração, posso fazer um controle mais eficiente. Percebi que eles agora chegam com um peso mais uniforme, necessitam de menos medicação e ganham mais peso”, afirma Picolli.
Segundo dados técnicos da Coperio, no método convencional os animais chegavam à fase final com 186 dias de idade e peso médio de 120 quilos. Agora, atingem este mesmo peso em 163 dias. Mas, as mudanças provocadas pelo Wean To Finish Coperio estão colaborando para aperfeiçoar três dos principais itens que regem a qualidade na produção, a sustentabilidade, o bem estar animal e, a biossegurança.
A nova experiência: O WFC foi definitivamente implantado pela Coperio em janeiro deste ano. Dois fatos foram determinantes para que o processo de mudança na condução do sistema de produção de suínos fosse modificado. O primeiro aconteceu há quase três anos quando, os produtores parceiros da cooperativa registraram uma super lotação nas creches e foram obrigados a antecipar a retirada dos animais. Mais tarde, comprovaram que os melhores índices de produtividade haviam sido registrados justamente com estes animais. A partir daí, iniciou-se um estudo de viabilidade de implantação de um novo sistema de manejo. Inúmeras experiências foram realizadas com diversos produtores. Estudos técnicos acompanhavam o processo.
Uma viagem feita pela diretoria da Coperio aos Estados Unidos deu sustentação a iniciativa. Lá, o vice-presidente Geraldo Ferronato pôde comprovar que o sistema Wean To Finish, em pleno funcionamento, havia sido o grande responsável pela recuperação da suinocultura norte americana que enfrentara uma grave crise. O método foi adaptado de acordo com as necessidades dos produtores da Coperio. Segundo Ferronato, a Coperio está construindo uma nova realidade que garante a sustentabilidade da suinocultura. “No sistema convencional os Iniciadores estão à beira da falência. O WFC garante a continuidade da atividade justamente na base do sistema de produção. Com redução de custos, maior produtividade e rentabilidade, eles podem acreditar novamente na viabilidade da suinocultura”. No Brasil, muitas experiências similares isoladas fracassaram. A Coperio é, portanto, a primeira cooperativa/empresa do Brasil a implantar o sistema na totalidade dos integrados.
Até o momento, 70% dos produtores já atuam no novo método. Ao final deste ano pelo menos 80% deles serão enquadrados e, até 2010 a meta da Coperio é possibilitar que todos os produtores estejam totalmente adaptados ao WFC. Em 2007, a produção foi de 356 mil cabeças. Para 2008, a meta é chegar a 456 mil cabeças. O sistema de integração é composto por 580 produtores.
Capacitação: Para capacitar os produtores, a Coperio implantou a Escola de Profissionais em Suinocultura (EPS) com o objetivo principal de levar aos parceiros todo o conhecimento necessário sobre o Wean To Finish Coperio. Iniciada em abril deste ano a capacitação contínua leva aos produtores, através de grandes seminários e encontros regionais, orientações sobre todas as etapas da atividade.
A Coperio: A Cooperativa Rio do Peixe tem na suinocultura sua principal atividade. Também integram o ramo de atuação cereais, produção de ração e sementes, bovinocultura de leite e 41 lojas agropecuárias. A matriz está sediada em Joaçaba, Meio-Oeste de Santa Catarina. A Coperio está presente em 70 municípios dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.