Redação (26/10/07) – Os recursos liberados do crédito rural entre julho e setembro deste ano, R$ 13,13 bilhões, para custeio, comercialização e investimento da agricultura empresarial na safra 2007/2008, superam em 28% o montante liberado no mesmo período do ano passado.
De acordo com o coordenador-geral de Análise Econômica da Secretaria de Política Agrícola, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcelo Fernandes Guimarães, o valor desembolsado é 23% do total de crédito rural previsto para a agricultura empresarial nesta safra.
Segundo o coordenador, a tendência de concentração dos desembolsos para custeio e comercialização a taxas controladas permanece, o que torna os empréstimos mais acessíveis aos produtores rurais. “Para se ter uma idéia, dos R$ 12,06 bilhões liberados para o custeio e comercialização nos três primeiros meses da safra 2007/2008, 88% foram contratados a juros controlados. A taxa de juros controlada, que desde a safra 1998/1999 era de 8,75%, caiu para 6,75% ao ano na safra 2007/2008. Os juros do Programa de Geração de Emprego e Renda Rural (Proger Rural) também foram reduzidos, caindo de 8% para 6,25% ao ano”, disse.
Entre os recursos com juros controlados, o maior crescimento foi no desembolso das operações com recursos das exigibilidades, que aumentaram cerca de 70%, quando comparados ao mesmo período do ano anterior. Isso ocorre, segundo Marcelo Guimarães, em razão da estabilidade monetária, da redução de juros que favorecem o aumento dos depósitos à vista e da autorização do Banco Central que prorrogou a aplicação das deficiências de recursos das exigibilidades da safra passada para uso nesta safra. Em outras palavras: os agentes financeiros que não conseguiram cumprir a obrigatoriedade de aplicação em crédito rural, ao invés de recolherem o restante ao Banco Central, pagando multa sobre esse valor, podem aplicar tais recursos em crédito rural na atual safra.
Poupança rural – Merece destaque ainda, na análise do desembolso do crédito rural, o crescimento, em setembro, da liberação de recursos da Poupança Rural com juros controlados para operações de custeio e comercialização. “Até agosto havia sido liberado 1% do valor programado para o atual ano-safra, mas com a publicação da portaria de equalização que autorizou o Banco do Brasil a fazer a operação, foram desembolsados, em setembro, aproximadamente R$ 950 milhões da Poupança Rural para custeio e comercialização. Isso elevou o percentual acumulado para 18%”, afirma Guimarães.