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Crise americana não afetou as cotações de commodities agrícolas

Na avaliação do Bradesco, isso pode ser explicado tanto pelo aumento da demanda e a redução da oferta esperada desses bens, como por questões meramente financeiras.

Redação (21/01/2008)- A crise financeira americana, que derrubou bolsas de valores do mundo inteiro esta semana, não afetou as cotações de commodities agrícolas. E o preço médio dessas matérias-primas em 2008 deve superar o valor de 2007, avalia o Departamento Econômico do Bradesco, em relatório divulgado nesta sexta-feira.

Desde o início das turbulências no mercado americano, em julho do ano passado, o índice de commodities agrícolas composto por soja, milho e trigo já subiu quase 50%. O relatório destaca que o agravamento da crise nos últimos dias não reduziu o preço dessas commodities, pelo contrário, a trajetória de alta foi intensificada.

Na avaliação do Bradesco, isso pode ser explicado tanto pelo aumento da demanda e a redução da oferta esperada desses bens, como por questões meramente financeiras.

Pelo lado real da economia, o Departamento de Agricultura dos EUA divulgou na sexta-feira passada projeções abaixo das expectativas para a safra de grãos de 2007/2008, principalmente no que diz respeito ao milho e à soja. Os estoques de passagem da safra de 2007/2008 dos grãos foram reduzidos de 315 milhões de toneladas métricas (no relatório de dezembro de 2007) para 309 milhões de toneladas métricas nas estimativas de janeiro de 2008. No caso do milho, os estoques finais ficaram 7% inferiores aos da estimativa anterior. O milho atingiu seu limite de preço máximo nas negociações da Bolsa de Chicago na última sexta-feira, que é de US$ 20 por bushel. Nas demais commodities agrícolas em geral, o tom do relatório também indica alta de preços de soja, trigo, algodão e açúcar.

Além disso, destaca o Bradesco, mesmo diante de uma desaceleração mais forte da economia americana, a demanda por agrícolas deverá se sustentar, porque tem sido motivada principalmente pelo aumento da renda per capita de países emergentes.

Pelo lado financeiro, apesar da elevação da aversão ao risco entre os investidores, está aumentando a procura por contratos futuros em commodities agrícolas. O relatório destaca que essas commodities são ótimos instrumentos para proteger as carteiras de investimentos contra a inflação. Além disso, as commodities agrícolas têm propiciado altos retornos em um momento em que vários ativos apresentam rentabilidades negativas.