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Crise sanitária

Laudo descarta suspeitas de febre aftosa no Paraná

Redação SI 10/11/2005 – O laudo final do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) sobre os exames feitos no gado do Paraná descartam a ocorrência de febre aftosa em gado do Estado. O resultado, que ontem já era comentado entre representantes do setor privado e secretários de Agricultura, será divulgado oficialmente hoje pelo Ministério da Agricultura.

O vice-governador do Paraná, Orlando Pessuti, afirmou ao Valor que os testes deram negativo para a febre aftosa no rebanho de pelo menos quatro municípios. “As informações que temos até agora, de forma ainda extra-oficial, é de que os exames concluídos até ontem tinham dado resultado negativo”, disse. Pessuti reclamou da declaração do ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, de que seria mais fácil explicar um foco do que a suspeita de aftosa no Estado. “Não vejo como um foco pode ser positivo. Melhor é não ter nada em nenhum lugar do mundo”.

Pessuti negou qualquer tentativa de esconder a doença. “Se fosse agir com desonestidade, seria fácil desaparecer com os animais. Mas e quando aparecesse um animal com sintomas no Estado?”, afirmou, concluindo que a Secretaria agiu com “zelo e responsabilidade” ao anunciar a suspeita de doença vesicular.

Segundo fontes do setor, os testes também descartam a presença de estomatite e rinotraqueíte (doenças vesiculares com sintomas semelhantes aos da aftosa) e aumentam os questionamentos sobre que doença atingiu os animais do Estado, que apresentaram sintomas como febre e vesículas na cavidade bucal, conforme laudo da própria Secretaria de Agricultura paranaense.

Antônio Camardelli, diretor-executivo da Abiec (reúne os exportadores de carne bovina), diz que a entidade vai reavaliar o protocolo de visitas aos países que impuseram embargos para tentar reverter o mais breve possível o quadro de proibição às carnes brasileiras. “Já era uma intenção do setor, independentemente de resultado positivo ou negativo à aftosa. A expectativa é reverter esses embargos até janeiro.”

Camardelli disse que muitos países já estão tentando rever o embargo em função dos altos preços internacionais e da pouca oferta no exterior. Mas que em novembro o resultado das exportações deve apontar queda maior que os US$ 66 milhões de outubro, devido aos embargos.

A Secretaria de Agricultura de São Paulo informou que as barreiras ao Paraná devem ser suspensas após a confirmação oficial do laudo. Na terça-feira, o Estado liberou o trânsito dos animais de 57 propriedades que estavam em quarentena.