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Cuidados com o manejo das aves no verão

A Embrapa Suínos e Aves quer chamar a atenção dos produtores de frango de corte para os cuidados que se têm que ter na estação mais quente do ano.

 Redação (06/02/2008)- A Embrapa Suínos e Aves, empresa
 de pesquisa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
 Abastecimento (Mapa), quer chamar a atenção dos produtores de frango de
 corte para os cuidados que se têm que ter na estação mais quente do ano.
 As aves necessitam de uma atenção maior em relação às mudanças de
 temperatura. Por isso, é importante, antes de se construir o aviário,
 fazer um estudo detalhado do clima da região ou do local escolhido,
 definindo os limites de temperatura, umidade, direção e intensidade dos
 ventos. A falta de controle dos aviários pode trazer uma série de
 complicações à saúde das aves.
 A hipertemia (temperatura corporal elevada) é uma das causadoras de mortes
 durante o verão. Ela é detectada pelo aparecimento de aves com asas e bico
 aberto. Isso acontece quando a ave não consegue manter sua temperatura de
 conforto térmico, que gira em torno de 20 graus centígrados. A freqüência
 respiratória aumenta gradativamente à medida que a temperatura ambiente
 fica acima dos 30 graus.
 As aves não conseguem perder calor via suor como os humanos, uma vez que
 não transpiram. Elas só perdem calor resfriando seus órgãos internos
 através da respiração, ou bebendo água.
 A temperatura de conforto térmico da ave na primeira semana de vida fica
 em torno de 30 a 33 graus. À medida que a ave cresce, esse sistema
 termorregulador se desenvolve e a temperatura de conforto reduz três graus
 a cada semana. “Sendo assim, quando a ave alcançar os 35 dias, a
 temperatura de conforto é de 22 graus. Se o calor for maior que isso, as
 perdas podem ser grandes”, comenta o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves,
 Paulo Sérgio Rosa.
 Os aviários climatizados são preparados especialmente para manter a
 temperatura de conforto das aves durante o verão. Uma estrutura assim tem
 um custo elevado, em torno de R$ 180 mil. Nem todos os produtores
 disponibilizam de um investimento como esse. Então recomenda-se pelo menos
 o uso de ventiladores, nebulizadores, água de boa qualidade e a retirada

 da ração nas horas mais quentes do dia.
 Quanto ao uso dos ventiladores, deve-se ter o cuidado para eles não
 incidirem diretamente sobre a cabeça da ave. A melhor forma é aproveitar a
 ventilação natural. Por isso, é importante analisar o posicionamento do
 aviário na hora da construção, sempre respeitando o limite físico das aves
 e as condições naturais.
 Os nebulizadores também têm grande eficácia se usados quando as
 temperaturas estão altas e a umidade relativa do ar for baixa. Caso
 contrário, a umidade pode se elevar, prejudicando as camas, ocasionando o
 aparecimento de fungos e bactérias que comprometem a saúde das aves.
 A água é uma grande aliada para diminuir o estresse calórico das aves.
 Segundo o pesquisador Paulo Rosa, a temperatura da água deve ser de 12 a
 15 graus para ter resultados positivos. “O animal que não bebe água tem
 mais dificuldades de controle de temperatura, por isso é importante que a
 água seja fresca e potável. Para manter essa temperatura podemos usar gelo
 dentro da caixa de água, propiciando uma água de melhor qualidade às aves”.
 A restrição alimentar também é uma saída para os aviários que dispõem de
 equipamentos automáticos. Nos períodos de maior calor, é planejado uma
 redução alimentar durante o dia na tentativa de diminuir o calor
 metabólico. “Quando a ave ingere ração ela produz calor, agregando esse
 calor ao calor externo diurno do verão. Em um aviário não climatizado as
 perdas são grandes”, comenta o pesquisador Paulo.
 A restrição alimentar funciona da seguinte maneira: é retirada a ração das
 aves no período das 8h às 17h, porém deve-se oferecer água à vontade. Para
 compensar essa restrição do dia, é aplicado um programa de luz
 intermitente à noite, quando normalmente as temperaturas são mais baixas.
 Assim, compensa-se o que as aves não consumiram durante o dia. A cada duas
 horas de escuro deve-se fornecer uma hora e meia de luz. Para facilitar
 esse processo já existem temporizadores automáticos.
 O pesquisador Paulo Rosa indica que o produtor faça um acompanhamento
 contínuo para que os ventiladores e nebulizadores sejam ligados antes que
 as ondas de calor se elevem e não se tenha mais como controlá-las. “Quando
 chegar a uns quatro ou cinco graus da temperatura de termoneutralidade das
 aves, os equipamentos já devem ser ligados.”