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Desafio do novo presidente da Perdigão é manter expansão

Em treze anos, a empresa manteve um crescimento médio de 20% em receita.

Redação (25/04/2008)- O ex-diretor da Batávia, o gaúcho José Antônio Fay, será o novo presidente da Perdigão S.A.. O executivo, que pouco depois da incorporação da indústria de lácteos pela empresa exercia o cargo de diretor-geral Negócio Perdigão, assume a presidência com o desafio de manter os níveis de crescimento do atual gestor, no cargo há 13 anos, Nildemar Secches. Neste período, a Perdigão manteve um crescimento médio de 20% em receita e 14%. Fay foi escolhido a partir de uma seleção interna e externa.

"As últimas compras já nos credenciam a continuar tendo um crescimento acelerado", disse Fay. Até o dia 30 de outubro, a gestão será conjunta. Nesse período, os dois participarão da elaboração do novo Plano Estratégico da Perdigão para 2015 (P-15). A partir de então, Secches ficará na presidência do Conselho de Administração.

A empresa ainda não definiu o substituto para Fay. Ao contrário de Secches, o novo presidente ficará no cargo por apenas seis anos, pois as normas da Perdigão pedem o afastamento de seus executivos a partir dos 60 anos e 11 meses. Fay disse que assumir a Perdigão é "o sonho de qualquer executivo". Isso ocorre, segundo afirmou, por causa da excelente performance que a empresa vem assumindo.

Ontem, a Perdigão também divulgou o resultado do primeiro trimestre de 2008, o primeiro com a incorporação da Eleva, que credenciou a empresa a disputar a liderança, em volume captado, com a Nestlé. Atualmente, o segmento de lácteos representa 21% da receita líquida da empresa – que foi de R$ 2,46 bilhões no período.

Os resultados mostraram uma redução do lucro líquido, de 18,7%, somando R$ 51 milhões no período. Segundo Secches, o desempenho já estava previsto, por conta das aquisições e da expectativa de valorização dos preços das commodities.

A receita bruta da empresa somou R$ 2,84 bilhões no período, 59,5% maior que no primeiro trimestre de 2007. Secches lembra que além da incorporação da Eleva, houve também crescimento da demanda, tanto interna quanto externa. Mas a margem bruta da empresa caiu 5,2% porque o repasse aos preços não acompanhou o aumento dos custos, inflacionados pelas commodities.

Custos em alta
No caso do mercado externo, o aumento nos preços foi "relativizado pela valorização do real", disse o atual presidente da Perdigão. No período, os custos subiram 15,5%, os preços em dólar 30,7%, mas apenas 8,4% em reais. No mercado interno, ele cita como exemplo os processados, cujos custos aumentaram 115 no período e os preços, 3,5%.

Secches acredita que as margens da empresa melhorem a partir do segundo trimestre, porque os preços das commodities não devem ter mais reajustes significativos e também porque é a partir deste período que melhoram, também, as margens no mercado de lácteos. É ainda a partir do segundo trimestre que deve ser feito um repasse maior do aumento dos custos.

Secches descartou a aquisição de novas empresas este ano, assim como os investimentos em bovinos, previstos no Plano Estratégico da Empresa para 2001 (P-11). "Vamos fazer a consolidação e aproveitar as sinergias", disse o executivo.

As ações da empresa registraram queda no pregão de ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), de 1,3%, avaliadas em R$ 44. No trimestre, a desvalorização foi de 9,1%.