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Descumprimento das medidas sanitárias põem em risco as exportações

Há dois anos, a União Européia (UE) comunicou oficialmente ao Brasil as exigências sanitárias do bloco para importações.

Redação (30/01/2008)- Resta saber por quanto tempo mais o Brasil manterá a condição de maior exportador mundial de carnes se continuar descumprindo as medidas sanitárias exigidas pelos principais mercados compradores, como a União Européia e a Rússia. Com um rebanho de 184 milhões de cabeças de gado bovino, o país ainda não estabeleceu procedimentos permanentes para assegurar lhe a sanidade de acordo com as exigências dos importadores, que são rigorosas como devem ser. Recentemente, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), o ex ministro da agricultura Pratini de Moraes fez novo alerta ao governo sobre a urgente necessidade de serem investidos recursos mais significativos na defesa sanitária dos rebanhos, lembrando que se ocorrer um novo foco de febre aftosa, em qualquer região do país, "o estrago será grande".

Há dois anos, a União Européia (UE) comunicou oficialmente ao Brasil as exigências sanitárias do bloco para importar o produto. Até hoje elas não foram executadas em sua totalidade e com caráter de permanência, como constatou uma missão técnica do bloco que visitaram estabelecimentos agropecuários, frigoríficos e mantiveram reuniões com os setores específicos do Ministério da Agricultura. Também técnicos da Rússia, maior importador individual de carne brasileira, aqui estiveram, e devem voltar após acordo que deixou diversos estados do país fora do circuito por falta de condições sanitárias. O modelo de rastreamento dos rebanhos e a falta de campanhas sistemáticas para erradicar de vez a febre aftosa são os maiores óbices. O prazo para que as novas exigências da UE sejam cumpridas termina amanhã, sob pena de o bloco que hoje absorve 35% das exportações nacionais estabelecer novas restrições às importações de carne bovina e suína brasileira.

Santa Catarina, que há muito tempo já fez a lição de casa, poderá ser prejudicada sem ter culpa em cartório, como já ocorreu antes, porque o governo federal, tanto por inépcia como por desorganização, não investe apropriadamente nem estabelece uma política permanente e eficaz para proteger a qualidade e sanidade dos rebanhos nacionais.