Redação (20/01/06) – Um estudo publicado hoje pela revista britânica The Lancet afirma que não está comprovado que o remédio Tamiflu será eficaz em caso de uma epidemia de gripe aviária entre os humanos.
Até agora, o Tamiflu é considerado um dos poucos remédios eficazes no tratamento de doentes de gripe aviária, e os governos da Europa e dos Estados Unidos armazenaram reservas desse antiviral para serem usadas em caso de pandemia.
O relatório, elaborado pelo instituto de pesquisa italiano Cochrane Vaccines Field e financiado em parte pelo ministério da Saúde britânico, indica, no entanto, que nenhum dos remédios existentes contra a gripe seria de grande eficácia nesta situação.
Além disso, o estudo afirma que não se pode confiar em frear uma potencial pandemia de gripe aviária só com medicamentos.
Os pesquisadores estudaram outros medicamentos usados contra a gripe, como o Relenza, similar ao Tamiflu, a amantadina e a rimantadina.
Para os especialistas, o uso de antivirais não deve impedir a adoção de outras medidas mais úteis de saúde pública, como a higiene e o isolamento, para frear a expansão da doença.
O chefe da pesquisa, Tom Jefferson, disse que até agora nem o Tamiflu nem o Relenza reduziram a mortalidade entre os poucos doentes de gripe aviária que receberam doses desses medicamentos.
Para Jefferson, não há dados suficientes sobre o uso dos dois remédios em uma pandemia. O ministério da Saúde britânico, que ordenou armazenar 14,6 milhões de doses do Tamiflu, disse em comunicado que afirmar que este remédio e o Relenza são ineficazes contra a gripe aviária “pode ser um engano”.
Segundo o Ministério, não há dados suficientes para se chegar a esta conclusão, mas se está procurando uma “estratégia de apoio”.